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A um Futuro de Coragem

Ao iniciar um novo ano parlamentar, continuamos confrontados com desafios que exigem uma resposta firme e visionária. No entanto, a atuação do Governo Regional, sobretudo em momentos de crise, continua a demonstrar uma preocupante falta de conexão com as necessidades reais da nossa região. A recente gestão dos incêndios é um exemplo gritante de ausência de liderança e de um profundo desrespeito pela natureza, cooperando depois, com a autorização de um casamento em plena área florestal protegida, demonstrando uma total falta de noção!

Porém, o compromisso com o futuro não pode ser apenas palavras vazias. Há muito por fazer para garantir que o meio ambiente, os animais e as pessoas coexistam em harmonia.

A habitação é uma das questões mais urgentes. A crise habitacional que afeta a nossa região exige soluções sustentáveis e de longo prazo. Os idosos são outra faixa da população que precisa de uma maior atenção. O envelhecimento ativo, com o apoio necessário às famílias, deve estar no centro das políticas públicas. Melhores salários são fundamentais para promover uma sociedade mais justa e equilibrada. A educação, por sua vez, precisa de uma reforma profunda. Queremos formar pessoas conscientes e preparadas para enfrentar os desafios do futuro, valorizando em simultâneo a profissão de docente. Na causa animal, é urgente reforçar apoios à esterilização e vacinação, e ainda promover campanhas de sensibilização e políticas de adoção responsável. A defesa do meio ambiente não pode ser uma escolha opcional; deve ser uma prioridade.

Infelizmente, o atual governo tem demonstrado uma incapacidade crónica de se posicionar à altura das exigências do nosso tempo. A ausência do presidente do Governo Regional na comissão de inquérito aos incêndios é apenas mais um exemplo da sua falta de compromisso. Esta postura reflete uma arrogância preocupante, como se o governo estivesse acima das críticas e da responsabilização.

Os madeirenses merecem mais. Merecem um governo que esteja presente, que ouça as diversas vozes da nossa assembleia e que atue com responsabilidade e coragem. Aos partidos, devem refletir urgentemente sobre a sua postura, pois a democracia faz-se de diálogo e respeito pelas diferentes vozes, mas também de cooperação.

A Madeira precisa de políticas que se comprometam verdadeiramente com o futuro, com coragem, inovação e, sobretudo, com humanidade. O futuro é de todos nós, e cabe-nos garantir que este seja construído com responsabilidade.