Via Litoral com sangue nas mãos
Se já não é admissível ter postes ou obstáculos nas bermas de qualquer via pública colocando em perigo os seus utentes, muito menos é cabível na mente de alguém ter numa via rápida, que é reservada também a motociclos, postes metálicos, várias vezes até com calhas em “U” apontadas para o condutor; isto de metro a metro, durante kms!
Além de uma completa falta de bom senso, é ilegal segundo a Lei n.º 33/2004 de 28 julho (já desde a altura do Presidente Jorge Sampaio e do Primeiro-Ministro Durão Barroso), e não exime da respectiva responsabilidade e indemnizações por danos causados a terceiros, os que mantêm há anos as vias nestas condições ou cedem a gestão a outras entidades.
Como entidade gestora, não zelando pelas condições de segurança da via, é responsável a Via Litoral, uma sociedade anónima cujos sócios (certamente com nomes da nossa praça) lucram com o desinvestimento na segurança, uma perfeita negligência comandada pela presidência e respectivas comissões!
Outras entidades e falta de bom senso: a PSP, GNR, EMIR... aquando da actuação em acidentes, quer profissionalmente, quer como cidadãos, têm também o dever de informar perigos na via. A DRTT e responsáveis pelo panorama rodoviário, que deviam fiscalizar e passar coimas perante infrações, vivem na passividade. O recente Código da Estrada, não considera, mas devia considerar os motociclistas como “utilizadores vulneráveis” dando esse estatuto apenas a peões e ciclistas! Agências de Seguros, Associações Motard, os próprios motociclistas, marcas de motociclos e todos nós cidadãos, devemos também ser mais zelosos pelo cumprimento da lei, pois ficamos todos a perder com acidentes.
Cabe ao nosso governo zelar pela segurança e bem estar dos cidadãos. E falando de motociclistas, devem(os) ser cerca de trinta mil famílias na ilha, com alguém com carta de veículo de duas rodas - Na estrada se ganham mas também se perdem eleições... - Mas, estas bermas são perigosas também para outros utentes como passageiros de automóveis, trabalhadores na via, etc.. Como cartaz turístico, é também muito mau que venham turistas morrer nos rails, como já aconteceu.
Aos visados (e cada um que enfie o capacete), é muito triste que sejam co-responsáveis passíveis de consecutivas mortes e desmembramentos dos nossos jovens. Não são apenas responsáveis pelos danos infligidos aos “motociclistas”, são cúmplices da morte do João e da Lara, assim como da dor eterna das suas famílias! Um pesar que cai um pouco sobre todos nós! RIP!
Duarte Melim