Hamas confirma morte de comandante em ataque israelita na Cisjordânia
As Brigadas al Qassam, braço armado do movimento islamita palestiniano Hamas, confirmaram hoje a morte de um dos seus comandantes durante o ataque israelita na cidade de Tulkarem, no norte da Cisjordânia.
Em comunicado, as brigadas indicaram que um dos seus líderes, Zahi Yaser Awfi, morreu no bombardeamento israelita de quinta-feira em Tulkarem.
Anteriormente, os militares israelitas tinham reportado a morte de "sete terroristas", incluindo Awfi, que descreveu como o líder do Hamas em Tulkarem, e "outros membros proeminentes do grupo".
As forças israelitas anunciaram ainda a morte neste ataque de Jit Radwan, membro da Jihad Islâmica Palestiniana, a quem as forças armadas atribuem um papel chave na milícia, o que não foi corroborado pelas Brigadas al Qassam.
O braço armado do Hamas acrescentou na sua nota que juntamente com Awfi, outros sete militantes da organização e 20 civis também morreram, reportando ainda um número indeterminado de feridos.
Por seu lado, o Ministério da Saúde palestiniano referiu que 18 pessoas morreram no ataque.
O bombardeamento foi realizado em coordenação com o serviço nacional de informações israelita, Shin Bet.
É o ataque israelita mais mortífero contra a Cisjordânia desde a Segunda Intifada (2000-2005).
Segundo a agência de notícias palestiniana Wafa, um míssil atingiu um café popular localizado no beco Al Hamam, no campo de refugiados de Tulkarem.
Os militares sustentam que Awfi planeava realizar uma "operação terrorista" dentro de Israel "em breve".
Em comunicado, o Exército detalha que Awfi preparou e dirigiu um ataque com um carro armadilhado na zona de Atara, em 02 de setembro, e que planeava "realizar várias outras grandes operações terroristas" na Cisjordânia e no interior de Israel.
O porta-voz da presidência da Autoridade Palestiniana, Nabil Abou Rudeina, condenou o "massacre" e considerou o governo de Benjamin Netanyahu "totalmente responsável" pelas "repercussões deste crime atroz" contra o povo palestiniano.
As Nações Unidas condenaram a operação, que qualificaram de "ilegal", de Israel sobre o campo de refugiados na Cisjordânia ocupada.
Só em Tulkarem, pelo menos 94 palestinianos morreram desde janeiro, incluindo oito menores de 15 e 17 anos, segundo a contagem da agência Efe.