Educação Cívica
Nas décadas de 70, 80 e 90, nas escolas primárias, havia um tema que fazia parte do Estudo do Meio, chamava-se Educação Cívica. Os leitores com idades compreendidas entre os 50 e os 40 anos devem lembrar-se muito bem disso. Naquela altura aprendia-se a ser e a estar. Aprendia-se a ser uma pessoa de valor para a comunidade, uma pessoa que se importavam com o seu bem-estar e com o dos outros, aprendia-se a não fazer mal a ninguém, para além de que o ditado Não faça mal ao seu vizinho que o seu vem pelo caminho, assim o alertava. Estávamos instruídos a auxiliar os mais velhos, aprendia-se ceder o nosso lugar aos idosos e às grávidas nos transportes públicos e era um privilégio. Aprendia-se, particularmente, a não dizer palavras impróprias, especialmente em locais públicos, por respeito aos mais velhos, hoje em dia fico com a ideia que para a juventude estes ensinos que aprendemos em Educação Cívica são tudo balelas! A tendência é: para quê aprender a saber ser e estar se posso simplesmente mandar tudo e todos passearem e ser um desbocado? A Educação Cívica ensinou-me a ser uma pessoa válida para a sociedade, um cidadão idóneo, que quer aprender, que quer ser prestável, que quer ser um profissional leal e de valor, que quer ser uma pessoa justa e compreensível, que quer ser empático, acima de tudo, a Educação Cívica, que me foi educada pela Professora do 1.º Ciclo, ensinou-me a ser HUMILDE! A grande questão hoje em dia é: humildade, o que é isso? Presentemente são bem poucos os que sabem o significado da palavra humildade ou fomos nós que aprendemos tudo errado sobre o assunto? Lembro-me que o Hino Nacional estava na ponta da língua, e continua! Atualmente, parece-me que os jovens substituíram o Hino Nacional por uma palavra qualquer que provavelmente nem a completam porque a moda atual é falar às metades e por diminutivos ou utilizar palavras estrangeiras porque fica cool. Não tenho conhecimento do programa escolar do primeiro ciclo, mas presumo não haver nada que ensine esta juventude a saber ser e estar. A moda é não querer saber de ninguém e se possível, fazer mal aos outros antes que o façam a mim!
N. Nunes