Com mais de metade dos não-docentes em greve há escolas que não fecharam
A greve nacional dos trabalhadores não docentes das escolas públicas está a afectar algumas escolas na Madeira, mas a maioria permanece a funcionar, apesar da adesão, segundo o dirigente sindical Nelson Pereira afirmar que com 50 a 60% dos funcionários ausentes do serviço nesta sexta-feira, não haveria condições de segurança para alunos e professores terem um dia normal de actividade.
Greve afecta algumas escolas
A greve nacional dos trabalhadores não docentes das escolas está a surtir efeitos em algumas instituições da Madeira, tendo os pais de ficar com os filhos cujas aulas não se efectivaram nesta manhã de sexta-feira.
À TSF-Madeira, o representante do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, a adesão à greve "anda à volta dos 50 e 60%", nalgumas mais, noutras menos. "As escolas estão laborar com insuficiência de trabalhadores, mas estão a funcionar", frisa, dando conta da Escola Básica do 2.º e 3.º Ciclos do Caniço que fechou, sendo esta a mais relevante, destacando ainda outras três escolas pequenas do 1.º Ciclo fechadas, como a do Caniço, da Cruz de Carvalho (Funchal) e dos Louros, bem como a de Santo António a 50%, mas que "deveria estar fechada porque não está garantida a segurança dos alunos", lamentando que "na Madeira se continua a insistir em abrir escolas tendo menos de metade" dos funcionários a trabalhar.
E insiste: "Não podiam abrir. Em termos gerais, não podiam funcionar com menos de 50% dos funcionários, que não conseguem assegurar as condições de segurança dos alunos. É impressionante."
Sobre as reivindicações, Nelson Pereira, lembra que há as que são a nível nacional, mas no entanto "nós retiramos aquela que se podia aplicar unicamente e exclusivamente à Madeira". Ou seja, "o governo regional, nessas matérias laborais que nós estamos aqui a apontar nas reivindicações, tem autonomia para o fazer. Digo o governo, mas também a Assembleia Legislativa Regional, também o pode fazer. Têm a haver com a criação das carreiras especiais, tanto para os assistentes operacionais como para os assistentes técnicos, e a reformulação dos conteúdos funcionais dos técnicos superiores", aponta.
Depois, "tem a haver com o rácio. de funcionários por alunos, que queremos que seja aumentado, porque cada vez há menos trabalhadores para o número de alunos que estão a frequentar as escolas", por forma "a possibilitar a contratação de mais trabalhadores para as escolas, que já sabemos que é insuficiente", insiste.
Greve dos trabalhadores não docentes fecha muitas escolas pelo país
A greve dos trabalhadores não docentes obrigou ao fecho das cinco escolas do Agrupamento Dona Mafalda, em Gondomar, "e de muitas outras pelo país fora", disse o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte.
Nas reivindicações, "temos a alteração do SIADAP (Sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na administração pública), não só na Educação, mas também a nível regional em todo o sector da administração pública, que abrange duas coisas fundamentais: acabar com as quotas e reduzir o número de pontos para subir para o nível seguinte", frisa.
E, por fim, "temos a questão da escola inclusiva, que passa por garantir que as escolas tenham pessoal profissional na área dos cuidados de saúde aos alunos, porque na grande maioria das vezes é feita por profissionais sem qualquer tipo de formação", denuncia. "Isso é um fator que tem que acabar na escola. Não são os assistentes operacionais que têm que tratar da saúde dos alunos, têm que ser profissionais qualificados para isso, logicamente".
Nelson Pereira acrescenta uma outra reivindicação, "aumentar ou até dar, porque muitos funcionários nem têm formação adequada para os funcionários de educação, pois na maior parte do ano lectivo passam sem uma única hora de formação", conclui.