“Como é que Albuquerque já respondeu às perguntas que não lhe foram feitas?”, questiona o PS
Em causa estão as respostas à comissão de inquérito sobre os incêndios de Agosto na Madeira
“Como é que o presidente do Governo Regional já respondeu às questões da Comissão de Inquérito, se as mesmas ainda não lhe foram enviadas?”, questionou hoje a deputada socialista Marta Freitas, que integra a Comissão de Inquérito para apuramento das responsabilidades políticas no combate aos incêndios do passado mês de Agosto.
A pergunta surge "depois de Miguel Albuquerque só hoje ter informado que iria usar a prerrogativa de responder por escrito, mas, há dois dias, num evento público, ter dito à comunicação social que já tinha escrito as respostas", expõe o PS em comunicado de imprensa.
A parlamentar, citada na mesma nota, adianta que "só hoje, por volta das 12h30 – a escassos momentos da reunião que estava marcada e que tinha a sua audição como ponto da ordem de trabalhos – o presidente do Governo informou a Assembleia de que iria responder às questões por escrito". Tendo isto em conta, a comissão de inquérito deliberou que tem até ao dia 10 de Novembro para enviar as questões ao chefe do executivo.
Marta Freitas critica, por isso, a postura "prepotente" de Miguel Albuquerque de ter dito que já respondera às questões. “Por acaso tem o dom da adivinhação? Ou este é já um indício da forma displicente com que trata este assunto?”, questionou a socialista.
Por outro lado, a deputada do PS condena o facto de, "ao optar por responder por escrito, o presidente do Governo estar a fugir ao escrutínio e ao confronto directo com os deputados legitimamente eleitos pela população".
“Como se não bastasse ter voltado as costas aos madeirenses e ido de férias para o Porto Santo enquanto a Madeira ardia, Miguel Albuquerque foge agora ao esclarecimento dos factos”, atira Marta Freitas, acrescentando que esta atitude "configura uma falta de respeito para com todos aqueles que sofreram e foram afetados pelos incêndios".
“É este o presidente do Governo que faz questão de apregoar a pluralidade e que gosta de ir ao Parlamento?”, indaga.
Marta Freitas lança ainda a dúvida sobre quem irá responder às questões que irão ser endereçadas ao governante. "Se fosse uma audição presencial, haveria a certeza de que era Miguel Albuquerque quem respondia, mas, sendo por escrito, nada nos garante que não seja um qualquer assessor jurídico da Quinta Vigia”, conclui.