Da América vem o mote

Quem anda, mais ou menos, a acompanhar as eleições americanas, não pode deixar de se divertir (ou não) com vários episódios no mínimo grotescos e hilariantes.

No entanto há coisas que nos levam a meditar seriamente.

O facto de haver prémios em dinheiro para quem votar em determinado candidato, ou olhar os milhões que os milionários investem no candidato preferido, só nos leva a pensar que, essa coisa dos votos, não passa de um negócio como outro qualquer.

Não acreditamos que alguém seja capaz de investir tamanho volume de dinheiro num candidato (ou partido) que não pense no retorno desse investimento.

Essa coisa de o voto ser um ato cívico, é coisa dita por sabichões para parolos.

Na prática o voto cada vez está sendo um meio para que muito boa gente veja as suas vidas estabilizadas financeiramente durante anos, os quantos estiverem a ocupar os cargos para os quais foram eleitos através desses tais votos, quando não mesmo retirando benesses para o resto da vida.

Acontece na América e por todos os lados onde se vota.

Em qualquer lado, aliás, para ganhar votos já vale (quase) tudo. Se não for através de dinheiro vivo é de vários esquemas sobejamente conhecidos.

Bom, atendendo a isso, até achamos bem dar dinheiro a quem vota e não só devia ser nos EUA, como em toda a Europa e até no mundo em geral.

Sim, porque o “negócio” dessa “coisa” das eleições é igual em quase todo o lado. Gere emprego (“tacho”) a muito boa gente, mais regalias e variadas comodidades, a troco de nada, nem sequer de ser competente, de ter de cumprir com zelo e responsabilidade as tarefas que lhes são consignadas, salvo algumas exceções.

Aliás, até se fizer um bom trabalho – como isso não seja o seu dever e para o qual não esteja principescamente pago - é capaz de ser condecorado; mas se tiver um desempenho medíocre, mesmo com prejuízo para o País e suas populações, o” castigo” que pode ter é passar de ministro para deputado, como já aconteceu neste triste e infeliz País e não tem muito tempo.

Os eleitos só têm a ganhar, o “desgraçado” que vota a nada tem a receber.

E, claro, neste caso a lei do voto tem de ser revista. Se essa lengalenga de defender o País, defender o povo, é paga e bem paga, como se sabe e como se vê, e quem VOTA, ao fim e ao cabo, é quem dá azo a todo esse” próspero” negócio (particular, mas com extensão familiar) tem todo o direito de ser recompensado.

Sai de casa, perde tempo, muitas vezes leva a família, gasta combustível e, na maioria dos casos, sem proveito nenhum, porque vai iludido em promessas não cumpridas ou, na melhor das hipóteses, parcialmente concretizadas.

- Ai Meu Deus, como éramos ingénuos na nossa juventude quando pensávamos que, se pudéssemos votar, tudo seria diferente, escolhíamos quem nos governasse e quem nos governasse tudo ia fazer para que o povo vivesse bem e o País prosperasse.

Todavia, porém, fica a dúvida, o facto de isso nem sempre acontecer pode ser também castigo de Deus ou praga do diabo!

Juvenal Pereira