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Madeira

Madeira e Açores envidam esforços para reajustar quota do atum

‘Pesca de salto e vara’ é menos prejudicial à sustentabilidade das espécies

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As regiões ultraperiféricas da Madeira e dos Açores estão reunidas, entre hoje e amanhã, para uma convenção sobre o sector das pescas.

As regiões ultraperiféricas da Madeira e dos Açores estão reunidas, entre hoje e amanhã, para uma convenção sobre o sector das pescas, mais concretamente para discutir a questão da quota dos tunídeos e de que forma, concertada, podem envidar esforços junto do governo central e das instituições europeias.

Esta manhã, numa actividade que decorreu no Porto do Caniçal, o director regional de Pescas da Madeira, Luís Ferreira, e a directora regional das Pescas dos Açores, Andreia Henriques, mostraram-se confiantes na abertura destas entidades para resolver um problema que se arrasta há anos.

“Temos dito em tanto sítio e vamos continuar a dizer, quer em Bruxelas, quer a nível nacional, quer também em cooperação com os Açores, que precisamos ter mais quota”, apontou o governante madeirense, adiantando que se tal não acontecer as regiões poderão ser forçadas a abater embarcações, com todos os prejuízos que isso acarreta para o sector e aqueles que fazem dele o seu sustento.

Lembrar que, nos últimos anos, a quota de atum tem vindo sistematicamente a decrescer, tendo passado de mais de 13 mil toneladas para apenas 3 mil. Luís Ferreira que quer também que a pesca do atum, também conhecida por ‘pesca do salto e vara’, seja devidamente reconhecida em termos europeus, por ser aquela que menos prejudica a sustentabilidade do sector.

Para a governante açoriana, “há um entendimento muito claro entre as duas regiões autónomas de fazer um reforço, tanto na República como em Bruxelas, para dotarmos as nossas frotas de maior quota de atum e de prolongarmos no tempo a duração desta mesma pesca”.

Andreia Henriques ressalva que o esforço não é novo, mas que assume maior incidência, dizendo: “sobre o passado não podemos falar, estamos falando do presente e do futuro. Há esta abertura para nos ouvirem e é isso que estamos aqui a fazer, estamos a criar um entendimento, fazer em conjunto uma proposta, e fazermos essa apresentação nos locais próprios”.

Não havendo ainda nenhuma decisão das regiões da Madeira e dos Açores sobre a divisão de quotas, os responsáveis pelas Pescas apontam que será criada uma “tabela de critérios” e serão analisadas “as melhores hipóteses para todos” os intervenientes.

A este encontro, a decorrer na Madeira, junta-se amanhã a secretária de Estado das Pescas, Claúdia Monteiro de Aguiar. Não menos importante, mas sempre com o foco na questão dos tunídeos, haverá ainda tempo para abordar a renovação da frota pesqueira e os apoios financeiros para o sector, bem assim a questão da segurança alimentar, inspeção e controlo e para o licenciamento de embarcações e vistorias.