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OE 2025: é bom que acabe bem o que começou mal

Embora estejamos mais do que conscientes de que a proposta de Orçamento do Estado para 2025, a ser votada amanhã, na generalidade, não cumpriu, na sua redação inicial, com aquelas que eram as nossas legítimas aspirações e expetativas – levando a que o Presidente do Governo Regional da Madeira encetasse, de imediato, um conjunto de diligências e de negociações junto do Governo da República, designadamente com o Primeiro-Ministro, para que essas injustiças iniciais pudessem vir a ser corrigidas na fase de especialidade, num trabalho igualmente acompanhado pelos nossos deputados eleitos ao parlamento nacional – a verdade é que só nos resta acreditar que, nas matérias consideradas essenciais, haverá margem de correção, de modo a garantir aquilo que defendemos seja consagrado.

Sim, não temos duas caras e ao contrário de outros Partidos, a Madeira e os Madeirenses estão e estarão, sempre, em primeiro lugar, independentemente dessa luta vir a ser travada com quem for e/ou contra quem for, tal como sempre foi uma marca do nosso PSD/Madeira.

Obviamente que não esperamos recuperar, de imediato ou em meia dúzia de meses, das diferentes privações aos nossos direitos que foram travadas, em oito anos, pelo Governo Central liderado pelo PS, com a conivência dos deputados eleitos pela Madeira, por esse Partido, que não raras vezes se gabavam da sua forte influência na República para, depois, simplesmente esquecerem aqueles que os elegeram e, inclusive, votarem contra as nossas propostas e, acima de tudo, contra o interesse superior do nosso povo.

Os mesmos deputados que agora e repentinamente se lembraram da Madeira e de criticar, por tudo e por nada, o Governo da AD, depois de estarem em silêncio oito anos, numa postura que, ao contrário do que julgam, os Madeirenses não esquecem. Em silêncio e em conivência, insisto, com uma governação nacional que foi um completo desaire para as Regiões Autónomas, quiçá por nunca ter percebido ou reconhecido a importância da Autonomia.

Dizia eu que não esperamos recuperar oito anos de forma imediata – tanto mais quando as nossas reivindicações e aquilo que exigimos já é algo que se arrasta do passado – mas também não podemos concordar que, ainda por cima sendo atualmente liderado pela mesma cor política, o Governo da República não acautele, pelo menos e já para 2025, algumas das matérias essenciais que, entre outras, devem corrigir a grave e inaceitável injustiça de sermos nós, Madeirenses – e também os Açorianos – a pagar os custos da insularidade e da soberania nas nossas Ilhas.

Aquilo que se exige, neste momento, é, mais do que um sinal, um compromisso sério e muito claro por parte de Luís Montenegro relativamente ao futuro, esperando-se que este esteja ciente de que nós, Madeirenses, temos o direito de ser tratados e respeitados por um Governo da República que assuma e exerça, nas suas políticas e na sua estratégia global, o princípio da coesão económica e social, ao invés de desresponsabilizar-se do mesmo, como outros infelizmente fizeram.

Independentemente de vivermos cá ou lá, somos todos Portugueses de pleno direito e é decisivo que, já neste Orçamento do Estado, haja correspondência a uma parte daquilo que, há muito, aguardamos, ou, melhor dizendo, daquilo a que temos direito, nas questões que, em conjunto e em sede de negociação, foram definidas como prioritárias para o nosso futuro coletivo.

Como se diz na gíria, “maus princípios, bons acabamentos” e é, no fundo, esses “bons acabamentos” que se esperam, com esperança e convicção, mas, talvez, ainda mais importante, com a responsabilidade que desde sempre assumimos perante aqueles que, em nós, renovam a sua confiança há quase cinquenta anos.