Grupo "Los Panas" organiza tertúlias e angaria fundos para ajudar lar de portugueses na Venezuela
Vários portugueses criaram, há três anos, na Venezuela, o grupo "Los Panas" (Os Amigos) com o objetivo de realizar tertúlias gastronómicas e convívios para angariar fundos para ajudar o Lar da Terceira Padre Joaquim Ferreira.
Três anos depois, as tertúlias continuam com uma periodicidade bimestral e os apoios estenderam-se a outras organizações.
"Surgimos há três anos, em plena situação pandémica, para ajudar causas humanitárias, para dar a mãos aos mais necessitados. As nossas tertúlias realizam-se uma vez a cada dois meses com uma participação de entre 150 a 200 pessoas, 'panas'", explicou o presidente do grupo à agência Lusa.
Renato Amaral disse ainda que com o passar do tempo, além do Lar Padre Joaquim Ferreira, passaram a ajudar economicamente também outras três organizações, inclusive de crianças e adultos com cancro e a compatriotas carenciados.
"Alguma da nossa juventude saiu do país à procura de novos horizontes e os avós ficaram aqui, com necessidades primárias", disse.
Por outro lado, explicou que há vários grupos que ajudam a comunidade, que "parecem ser muitos, mas não o são".
"Quantos mais grupos existirem, mais podemos contribuir, mais podemos ajudar e mais podemos aliviar o sofrimento", frisou.
Renato Amaral disse ainda que "Los Panas" são "alegria, magia, pessoas cujo interesse em passar momentos agradáveis [tertúlias] mas com a finalidade paralela de ajudar e marcar presença".
Maria Margarita Beja, uma das tesoureiras do Lar Padre Joaquim Ferreira e porta-voz do grupo "Netas do Lar", sublinhou a motivação de um grupo de mulheres, que estiveram presentes na última tertúlia de "Los Panas" de ajudar os idosos luso-venezuelanos.
Antes, explicou, as "Netas do Lar" eram um grupo de 20 senhoras, hoje, são apenas 12, porque oito emigraram devido à situação no país.
Sobre a ajuda dada pelo grupo "Los Panas", explicou que "parece muita, mas é pouca, porque o Lar é uma instituição muito grande, muito completa".
"Precisamos que nos injetem mais dinheiro para manter o nível de atenção aos nossos avós. Antes tínhamos perto de 100, mas atualmente são uns 45. As despesas mensais são elevadas, há que dar-lhes medicamentos, alimentos, atenção médica, fisioterapia (...) As pessoas quando visitam o lar dizem que é muito lindo, mas para manter essa casa é preciso muita força monetária", disse.