“Economia Laranja - A chave para desbloquear valor inexplorado…”
Se a economia criativa fosse um produto, esse produto teria o quinto maior volume de negócios do mundo. Se fosse um país, seria a quarta potência económica com um PIB de 4,3 bilhões e um total de 144 milhões de trabalhadores. Como resultado dos avanços e tendências da sociedade, o mundo económico vem mudando constantemente. Isso significa que as coisas que foram um bom investimento ontem, hoje podem estar desatualizadas e obsoletas. E o contrário também é verdade: há novas tendências e possibilidades de exploração. E esse é o caso da chamada Economia Laranja, desconhecida por muitos e negligenciada por outros.
A Economia Laranja (ou Economia Criativa), recebeu este nome no inicio de 2000. O termo foi dado pelo britânico John Howkins e refere-se a tudo que é desenvolvido através da criatividade e inspiração das pessoas e se torna um bem ou serviço. O termo, Economia Laranja, surgiu quando o autor, especializado nesta economia publicou “The Creative Economy”: “How People Make Money from Ideas”, em 2001 — a primeira vez que o conceito foi mencionado num livro. A cor e o nome estão relacionados à criatividade, à habilidade, à cultura e à inovação.
Segundo Howkins, a economia laranja ou a economia criativa, pode ser definida em segmentos de bens e serviços, sendo eles: design; artes visuais e cenicas; artesanato; audiovisual; arquitetura; cultura e lazer; pesquisa e desenvolvimento; publicidade e propaganda, tecnologia da informação e comunicação.
“Penso que essa economia ao mesmo tempo que traz a possibilidade de novas culturas e diversidade por atender muitos segmentos, também passa por diversos desafios, é uma economia baseada no conhecimento, capaz de gerar emprego e riqueza, além de causar um alto impacto sócio-económico.
Na Madeira desde 2014 que este tema vem a ser destacado e explorado pela Associação das Indústrias Criativas, com direito a um encontro anual que visa estimular a criatividade como o valor central das produções e atividades comerciais, é possível anualmente conferir case Studies e obter um mapeamento de profissionais e negócios criativos e culturais. mas também com vários artigos e encontros de reflexão que têm gerado inúmeras páginas neste Diário, tendo sido este o primeiro a nível nacional a inserir páginas dedicas às indústrias criativas.
A Associação das Indústrias Criativas, em 2025 trará à Madeira precisamente John Howkins o “Pai” da Economia Laranja = Economia Criativa para dissecar o tema “ORANGE ECONOMY - key to unlock untapped” ou em Português “Economia Laranja - A chave para desbloquear valor inexplorado…”. ele que é considerado o melhor do mundo nesta área, a Cimeira Atlântica’25 pretende abordar a importância da economia laranja para o futuro da economia mundial e o seu impacto na vida e no futuro das novas gerações.
Mas afinal porquê “Economia Laranja”?
Dados apresentados na reportagem “Economia Laranja: uma nova cor para a sustentabilidade”, mostram que o mercado global de bens criativos se expandiu substancialmente, mais do que o dobro. Nos último dez anos, o setor tem sido um motor-chave do crescimento económico, com níveis de avanço variando de país para país. Não fosse a paragem sofrida pela pandemia, as previsões seriam melhores, ainda assim, a estimativa é de que a economia criativa alcance um valor global de 985 bilhões até 2024, o que representaria cerca de 10% do PIB global.
Manual da “Economia Laranja”
Princípio 1 – todos nascemos com imaginação e criatividade, elas não são características especiais;
Princípio 2 – o contexto social no qual as pessoas têm ideias é o que define a ecologia criativa, um sistema em que o foco está em como as ideias circulam na sociedade e como podem ser feitos negócios a partir delas;
Princípio 3 – a criatividade requer liberdade para pensar, se expressar, explorar, descobrir, questionar;
Princípio 4 – a liberdade precisa ter acesso ao mercado;
Princípio 5 – nem toda criatividade se converterá em produtos ou serviços e isso não é um problema, mas aqui importa o que é comercialmente viável;
Princípio 6 – economia criativa não é sinónimo de economia da cultura;
Princípio 7 – “criativa” ou “laranja” não é a economia e, sim, as pessoas que a compõem.
Economia Criativa na União Europeia
A UE impulsiona a Economia Laranja e as indústrias criativas europeias com investimento e oportunidades.
A União Europeia (UE) tem reforçado o seu compromisso com a promoção das indústrias criativas na Europa, reconhecendo seu papel crucial no crescimento económico, na criação de emprego e na promoção da diversidade cultural.
Através de iniciativas e programas dedicados, que envolvem o reforço e novos apoios a artistas, empresas culturais e sectores criativos, a UE tem demonstrado o seu compromisso para com este sector.
O Programa Europa Criativa, com um orçamento de 2,4 mil milhões de euros para o período de 2021-2027, é o principal instrumento da UE para apoiar o sector cultural e criativo. O programa disponibiliza financiamento para uma ampla gama de projectos, do cinema à música, passando pelas artes performativas e o design e a arquitectura. Em simultâneo, a UE tem também promovido uma relevante cooperação entre os sectores criativos através de redes e plataformas online.
Um dos principais objectivos da UE é fortalecer a competitividade das indústrias criativas europeias no mercado global, através de iniciativas como o programa InvestEU, que facilita o acesso ao financiamento para empresas criativas e inovadoras. Outra forma de apoio directo é a promoção da internacionalização das empresas culturais europeias, criando as condições para a participação deste sector em feiras internacionais e no estabelecimento de parcerias com entidades públicas e privadas estrangeiras.
A UE também reconhece a importância da cultura e da criatividade para a coesão social e o bem-estar individual. Através de programas como o Erasmus+, para a mobilidade, ou o Corpo Europeu de Solidariedade, que promove oportunidades para jovens poderem participar em projectos culturais e criativos por toda a Europa, a UE tem demonstrado o apoio a estas indústrias e na promoção da inclusão social, da educação intercultural e de uma cidadania activa através da cultura e da criatividade.
O apoio da UE às indústrias criativas europeias tem um impacto positivo significativo. Em 2021 foram contabilizadas 894.000 empresas no sector das artes, entretenimento e recreação da UE, representando 2,9% de todas as empresas activas na economia empresarial. Também neste ano, o sector das artes, entretenimento e recreação empregou 2,1 milhões de pessoas, o que representa 1,3% de todas as pessoas empregadas na economia empresarial europeia. O sector contribuiu com 86,5 mil milhões de euros, representando 0,9% do valor acrescentado criado pela economia empresarial da UE.
Com o apoio contínuo da UE, as indústrias criativas europeias estão bem posicionadas para continuar a prosperar e a desempenhar um papel fundamental na construção de um futuro mais inovador, inclusivo e sustentável para a Europa.