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Milhares de pessoas manifestaram-se nas Canárias contra imigração ilegal

Foto La Provincia
Foto La Provincia

Milhares de pessoas manifestaram-se hoje nas Ilhas Canárias para protestar contra a imigração ilegal no arquipélago espanhol, onde aumenta o número de embarcações que chegam à costa.

Com cartazes onde se lia "As Canárias têm um limite" e "Primeiro solidários, depois enganados", os manifestantes saíram às ruas de Las Palmas de Gran Canaria e Santa Cruz de Tenerife para alertar para o número crescente de migrantes que chegam a este arquipélago, ao largo da costa noroeste de África. "Somos contra a imigração ilegal em massa porque afeta a nossa saúde e educação", disse Eugenia Santana, uma manifestante de 38 anos de Las Palmas. "Não somos racistas, somos demasiado solidários, damos as boas-vindas a todos os que entram no país e pensam que têm direitos que não conquistaram", criticou Zulema Ruiz, de 37 anos.  "Acho que há um limite para tudo e não é justo que as Canárias sofram por tudo", acrescentou.

A manifestação foi também marcada por cartazes que criticavam o primeiro-ministro espanhol, o socialista Pedro Sánchez, que defende uma abordagem positiva da imigração numa Europa cada vez mais envelhecida.

Em julho, advogados pediram ao Ministério Público que proibisse manifestações semelhantes nas Ilhas Canárias, com o argumento de que poderiam constituir um crime de ódio, mas o pedido foi rejeitado e as manifestações realizaram-se.

A Espanha é uma das três principais portas de entrada de imigrantes na Europa, juntamente com a Itália e Grécia. Até 15 de outubro, 32.878 imigrantes irregulares chegaram às Ilhas Canárias por via marítima, contra 23.537 durante o mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Interior. Milhares de migrantes morreram nos últimos anos ao tentarem chegar à Europa pela perigosa rota atlântica a partir de África, principalmente através das Ilhas Canárias, em embarcações sobrelotadas e muitas vezes frágeis. Os frequentes naufrágios não impediram, porém, que a rota ganhasse popularidade, uma vez que é menos vigiada do que a rota do Mediterrâneo.