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Madeira

"O que mais custa é ver a indiferença dos tutores de animais maltratados"

Foto Miguel Espada/Aspress
Foto Miguel Espada/Aspress

Fundadora da Associação Ajuda a Alimentar Cães, que tem desenvolvido trabalho extraordinário a salvar e a entregá-los para adopção responsável, Mariana Nóbrega adorava pagar aos veterinários com abraços mas isso não é possível, por isso uma das ideias do Madeira 7 Talks foi colar um Código QR nas cadeiras para que os participantes pudessem contribuir com donativos.

Salientando que veio falar da parte negra da Madeira, desabafou "somos uma merda" como humanos, acorrentamos os animais, antes apenas cães, agora até gatos, prometeu dar a conhecer o seu projecto às 4 pessoas na plateia que nunca tinham ouvido falar da associação.

Uma iniciativa que começou quando, em pequena, levava todos os animais que encontrava para casa, chegando a ter 15 animais, mas por circunstâncias familiares, criou uma página de Facebook para ajudar a alimentar os seus cães, conseguindo ração para os seus animais, mas que depois cresceu com mais ajuda que foi aparecendo para ajudar outros de rua e de pessoas que não podiam.

O passo seguinte foi legalizaram a associação para formalizar essa ajuda. O foco de intervenção é em propriedades privadas, e podem trespassar quando estes animais estão em risco de vida, algo que podem depois justificar em tribunal.

O que encontram todos os dias não é bonito, pois encontram animais mais mortos do que vivos, mas o mais triste nem é ver os animais nessas condições, mas sim as justificações dos tutores. Chegam a chorar de raiva por saber que a lei não funciona, porque essas mesmas pessoas vão poder ter outro animal na mesma condição.

Todos os dias recebem denúncias de animais maltratados. No momento terão cerca de 30 casos pendentes. Mas há pessoas que exageram e temos de ir aos locais verificar a veracidade da denúncia. Uma associação por uma boa causa, que além de precisar de donativos, precisa de mais voluntários (actualmente serão 30), vivem num cantinho arrendado em São Gonçalo e à custa de donativos, não espera apoio das autoridades, mesmo porque acredita que fazem um trabalho que não deveria existir, que é responsabilidade do governo.