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Mathieu van Bellen brilhou com genialidade de Mozart, Beethoven e Schubert

Sala esgotada na Assembleia Legislativa da Madeira para ouvir a OCM, sob direcção musical de Luís Andrade, acompanhar o solista violinista

Fotos Afonso Nunes/ANSA-OCM
Fotos Afonso Nunes/ANSA-OCM

A Orquestra Clássica da Madeira (OCM) apresentou-se hoje com o solista Mathieu van Bellen e o maestro Luís Andrade, com um programa dedicado a obras de Mozart, Schubert e Beethoven.

"Mathieu interpretou uma das principais obras do repertório solista para violino de Mozart, o 5.º concerto em Lá maior. Foi uma interpretação extraordinária, clara, precisa, melodiosa e clássica com uma abordagem quase que vocal, fazendo sobressair todas a geniais linhas melódicas, exibindo um natural domínio pleno e técnica irrepreensível", conta o Director Artístico da OCM, Norberto Gomes.

E explicou mais: "O seu violino, construído em 1783, em Turim, pelo afamado construtor italiano Giovanni Battista Guadagnini, soou de forma brilhante, proporcionando ao público momentos únicos de riqueza e diversidade sonora elevada, só possível com artistas de corpo inteiro em conjugação destes factores."

Do público, que encheu o salão nobre da Assembleia Legislativa da Madeira, garante que ficaram "rendidos ao momento único de beleza e intensidade musical" e "ovacionou o artista sendo brindado com a Sarabanda da segunda partita de Bach, onde novamente Mathieu foi sublime na interpretação".

Norberto Gomes conta ainda que na passada quinta-feira, "fazendo jus à sua experiencia enquanto professor de violino no Conservatório de Amesterdão [Universidade], Mathieu van Bellen ministrou também uma Masterclass no Conservatório-Escola das Artes da Madeira para os jovens formandos desta instituição revelando um consistente saber especializado e uma cirúrgica abordagem pedagógica, deixando conhecimentos que nos sensibilizaram e inspiraram".

Quanto ao outro convidado, o maestro madeirense Luís Andrade, que "há cerca de uma década colabora connosco", lembra, "revelou mais uma vez uma maturidade crescente na condução da orquestra apresentando um acompanhamento colaborativo e não intrusivo ao solista na primeira parte e, na segunda parte, um Schubert e um Beethoven compactos e bem construídos, tanto formalmente como musicalmente. Luís Andrade tem a elegância dos gestos e a precisão na abordagem musical", frisa.

Acredita, em conclusão, que "estas manifestações culturais representam, na nossa actividade, o propósito da existência da Orquestra, onde a interpretação e a partilha do conhecimento permitem que a cultura se expanda de forma generosa e infinita".