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Eurodeputado do PSD considera que norte-americanos "mereciam melhor"

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O eurodeputado social-democrata Helder Sousa Silva considerou que nenhum dos candidatos às eleições presidenciais norte-americanas vão dar soluções e, por isso, os "Estados Unidos mereciam melhor".

"Os Estados Unidos mereciam melhor. Nem um, nem outro candidato, penso eu, serão solução para aquilo que o povo norte-americano precisa. Quer um, quer outro já deram provas -- um enquanto Presidente, com tudo o que lhe reconhecemos de menos valia e outra enquanto vice-presidente no último mandato, muito apagada", argumentou.

Assim, os norte-americanos terão de "lidar nos próximos quatro anos com um Presidente ou uma Presidente que não resolvem" problemas da população, resumiu o eurodeputado, estimando que em termos de diplomacia internacional as alterações não devem ser significativas quer ganhe o republicano Donald Trump, que a democrata Kamala Harris.

"Face àquilo que tem sido a prática dos últimos anos, quer um, quer outro, em termos de relacionamento Estados Unidos-União Europeia ou Estados Unidos-Portugal, nós não vamos sentir uma grande diferença, porque os relacionamentos não se compadecem com questões partidárias, mas formais de relações entre Estados. Não antecipo as nuvens negras como alguns dos meus colegas [eurodeputados] em relação a este relacionamento", concluiu o social-democrata, após participar numa formação de jovens jornalistas promovida pelo Parlamento Europeu, com outros três eurodeputados, na sede da agência Lusa.

Presente nesta iniciativa, a socialista Marta Temido considerou uma eventual vitória do candidato republicano "um novo pesadelo", recordando as críticas que foram feitas por Trump designadamente à Organização Mundial de Saúde, assim como à ciência e ao seu papel "no combate à pandemia da covid-19".

"Nós pensávamos que era um cenário que tinha ficado para trás e este risco cada vez mais evidente, embora eu queira acreditar que Kamala [Harris] pode ganhar, é a demonstração que, às vezes a história repete-se se nós não estivermos atentos e isso será terrível para os EUA (...), mas também para as relações transatlânticas, para os direitos das minorias, para o multilateralismo e para não falar para a ordem internacional", defendeu.

Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, considerou não haver grandes diferenças em termos de projeto económico ou de relações internacionais entre os dois candidatos, que têm o mesmo "alinhamento com o mesmo tipo de indústrias e internacional com Israel".

"Mas a verdade é que Trump significa um rio de financiamento da extrema-direita, que é muito preocupante, um ataque claro aos direitos das mulheres, muita violência contra as mulheres e um ataque claro contra as minorias e um enorme desprezo pela democracia. Quem não se lembra o que aconteceu no Capitólio?", argumentou, aludindo à invasão violenta da sede do Congresso norte-americano por apoiantes de Donald Trump após a sua derrota face ao democrata Joe Biden.

Para João Oliveira, do PCP, "olhando para a realidade norte-americana", podem encontrar-se mais "fatores de esperança que venham das dinâmicas sociais criadas na luta contra a guerra, exigência de paz" ou de "soluções de igualdade contra discriminações e injustiças" naquele país.

"Eu diria que as forças sociais e os movimentos sociais e também os partidos políticos que estão envolvidos nessas dinâmicas eventualmente dar-nos-ão razões de esperança que não conseguimos encontrar nem em Kamala Harris, nem em Donald Trump. Não iludindo as diferenças entre um e outro, diria ser uma ilusão que deles pudessem vir soluções para o povo norte-americano e muito menos para os povos de todo o mundo", considerou.

Nesta formação, os eurodeputados relataram as suas experiências enquanto estreantes como eurodeputados e debateram vários temas relacionados com orçamento, defesa, migrações, alterações climáticas e energia.