CDU alerta que "Zona Velha do Funchal está em decomposição"
A CDU realizou hoje uma acção de contacto com as populações na Zona Velha do Funchal, onde o coordenador regional, Edgar Silva, afirmou que "os governantes estão a provocar a gradual decomposição daquele centro histórico e do seu património classificado".
Junto ao Largo do Corpo Santo, disse Edgar Silva referiu que "somam-se os casos de prédios degradados e repetem-se os casos de obras em edificações que revelam as maiores lacunas ou insuficiências do Gabinete Técnico da Zona Velha, se não mesmo a demissão dos deveres daquele serviço técnico".
Segundo Edgar Silva, "não há quem responda na Madeira pela salvaguarda da Zona Velha da Cidade do Funchal, em conformidade com as recomendações do Conselho Cultural da Europa, da UNESCO e da FIHUOT".
Os governantes desresponsabilizam-se, negligentemente, das suas obrigações legais quanto à defesa da Zona Velha. É da competência conjunta do Governo Regional e da Câmara Municipal do Funchal fazer respeitar as características arquitetónicas e históricas da Zona Velha da Cidade do Funchal. Como consta da legislação regional que criou o Gabinete Técnico da Zona Velha da Cidade do Funchal, a sua composição e responsabilização é atribuída à Câmara do Funchal e a representantes do Governo Regional. Na prática imperam os interesses económicos mais mesquinhos, que estão a gerar a decomposição da Zona Velha Edgar Silva, CDU
Edgar Silva alertou ainda que "multiplicam-se os problemas humanos e sociais, como também se somam os agravamentos de agressões arquitetónicas" na Zona Velha do Funchal.
"Vulgarizam-se os casos em que os governantes não revelam qualquer rigor ou empenho em proteger a Zona Velha. Até pelo contrário, em diversas situações bem concretas, registam-se dinâmicas de retrocesso que contrariam recomendações do Conselho Cultural do Conselho da Europa para as zonas classificadas como de valor arquitetónico e cultural. Surgem casos de abandono de espaços públicos na Zona Velha do Funchal que deveriam estar ao serviço da promoção cultural e que deveriam salvaguardar o que de genuíno e pitoresco ainda seria possível afirmar naquele centro histórico. Existem diversos processos que correspondem a exemplos de desleixo e de negligências dos governantes".
"Tudo quanto está a acontecer com a Zona Velha é demasiado grave para que fique em roda livre de descaracterização e de destruição", finalizou.