Adesão à greve ronda os 60% mas poderia ser superior caso trabalhadores não tivessem sido "coagidos"
A adesão à greve nacional dos trabalhadores na função pública ronda os 60%, na Madeira. Uma percentagem que poderia ser superior, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, Nelson Pereira.
Isto porque, conforme explicou o responsável, nomeadamente na saúde e educação, os trabalhadores sofreram ameaças caso aderissem à greve.
Os trabalhadores foram coagidos a não fazerem greve. Foram retirados dos locais de trabalho os pré-avisos e toda a informação relativa a esta situação. Desde manhã que estão a ser ameaçados e, inclusive, ligaram para os telefones privados para se apresentarem ao serviço, caso contrário tinham falta injustificada". Nelson Pereira
De acordo com Nelson Pereira, "é inédito" tudo o que está a acontecer.
Num país democrático, é inédito o que está a acontecer. Nunca existiu tal coisa e nunca um Governo se prestou a fazer esta situação, dando informação errada aos trabalhadores. Já estou há muitos anos no sindicalismo e nunca assisti a uma coisa destas. É a primeira vez que ouço que um Governo manda ligar para os trabalhadores a dizer que não há greve. Isto é único no país, numa democracia e num Estado de direito". Nelson Pereira
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas revelou que há pessoas que foram "trabalhar com medo". Mas acredita que se não fosse esta situação, a percentagem seria francamente superior.
"Se não fosse essa atitude do Governo, muito provavelmente a adesão rondava os 70% ou mais", concluiu.
Sindicato dos Professores quer saber quem passou “desinformação” sobre a greve
O Sindicato de Professores da Madeira lamenta que se tenha passado a ideia errada de que a greve que hoje decorre até às 24 horas não se aplica na Região. Francisco Oliveira aponta erros de interpretação do pré-aviso de greve ou “má-fé” para passar a informação errada aos docentes. Nesse sentido, já pediu um esclarecimento junto da Direcção Regional da Administração Escolar.