Aguiar-Branco quer paz com integridade territorial e alerta para influência russa a sul
O presidente da Assembleia da República defendeu hoje, em Riga, que a integridade territorial da Ucrânia tem de fazer parte de uma solução de paz e alertou para a crescente influência da narrativa russa a sul.
Estas posições foram transmitida por José Pedro Aguiar-Branco na III Cimeira da Plataforma Internacional para a Crimeia, à margem da qual também convidou o seu homólogo ucraniano, Ruslan Stefanchuk, a visitar Portugal em janeiro.
Perante representantes de cerca de 40 delegações parlamentares de diferentes países, o presidente da Assembleia da República advogou que "o único resultado aceitável do conflito é a vitória da Ucrânia".
"O mundo não pode contentar-se com soluções de paz em que pedaços de território são trocados por promessas vagas e incertas de paz. A integridade territorial da Ucrânia é importante. A Crimeia é importante", acentuou.
Na sua intervenção, o antigo ministro da Defesa social-democrata referiu também a importância do flanco sul para os esforços de guerra a leste. Um ponto em que deixou o seguinte aviso: "A narrativa e a influência russa continuam a espalhar-se para sul".
"É importante contrariar as narrativas russas, especialmente em outras regiões do mundo, que fazem parecer aceitável invadir, matar, mentir, desrespeitar as fronteiras reconhecidas internacionalmente", declarou.
No seu discurso, o presidente da Assembleia da República afirmou que "o mundo não pode tolerar o que está a acontecer na Ucrânia", porque "violar a integridade territorial e atentar contra a sua soberania é inaceitável".
"As violações dos direitos humanos devem ser condenadas sem hesitação. O que a Rússia está a fazer na Ucrânia não é apenas um problema da Ucrânia, nem da Europa, nem da NATO. É um problema do mundo. O que está em causa é a ordem internacional baseada em regras", salientou José Pedro Aguiar-Branco.
Neste contexto, o presidente da Assembleia da República considerou que em Portugal se reconhece "o custo de conquistar e manter democracias".
"E prezamos a liberdade que conquistámos após a revolução dos cravos. Talvez isso explique o facto de um país como Portugal, na parte mais ocidental da Europa, com fronteiras estáveis há muitos séculos, nunca ter duvidado da importância de apoiar a Ucrânia. Houve - e continua a haver -- amplo consenso entre as diferentes forças políticas representadas no parlamento relativamente ao apoio à Ucrânia", acrescentou.
Durante a sua presença em Riga, o presidente da Assembleia da República encontrou-se também com a sua homóloga da Letónia, Daiga Mierina.