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Madeira

Houve “banhos de chaleira” no lar da Bela Vista mas “nunca com água fria”

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A vice-presidente da direção da associação Atalaia Living Care, Andreia Teixeira, que gere o Lar da Bela Vista desde Julho de 2023, admitiu, esta tarde, em audição na comissão parlamentar de Inclusão Social, que os funcionários da instituição tiveram de recorrer a “chaleiras” para dar banho aos utentes nos últimos meses, mas que “nunca houve banhos de água fria”.

Na origem desta situação estiveram problemas na caldeira da central térmica e à falta de técnicos para a sua operação, já que os únicos fogareiros certificados pertencem ao quadro do Instituto de Segurança Social da Madeira (ISSM) e deixaram de prestar funções quando o lar passou para gestão privada. O problema só ficou resolvido na segunda-feira passada, quando o ISSM acedeu aos insistentes pedidos da associação para que os referidos especialistas voltassem a prestar serviço no lar. Andreia Teixeira disse que a central térmica é um equipamento com cerca de 25 anos e deveria ser substituído e que, no entender da associação Atalaia Living Care, essa é uma responsabilidade do ISSM, que é o senhorio no contrato de comodato que está na base do actual sistema de exploração da instituição.

Na audição parlamentar, que foi requerida pelo grupo parlamentar do PS, a responsável foi confrontada com vários problemas que foram alvo de denúncia pública nos últimos meses: degradação do edifício do lar da Bela Vista, falta de funcionários e sobrecarga de trabalho para o pessoal em funções, refeições dadas aos utentes fora de horas, escassez de alguns produtos dee higiene (fraldas), medicamentos fora de prazo, existência de ratos e baratas e falta de planos de segurança.

Andreia Teixeira negou ou minimizou a existência destes problemas, com excepção da degradação do edifício. A este respeito, reconheceu que “o edifício não ajuda” e confirmou uma candidatura para a requalificação da infraestrutura.  Se esse projecto não for exequível, a responsável considera que “a associação e o ISSM terão de chegar a acordo para ter uma solução”.