Países da Nato têm provas do envio de tropas-coreanas para a Rússia
A NATO indicou hoje que os seus países-membros têm provas sobre o envio de tropas norte-coreanas para a Rússia, admitindo o risco de uma escalada da guerra na Ucrânia apoiada por vários aliados de Moscovo.
Os países da Aliança Atlântica "confirmaram a existência de provas da presença de tropas norte-coreanas na Rússia", afirmou a porta-voz da NATO, Farah Dakhlallah, citada por agências internacionais.
"Se essas tropas se destinarem a combater na Ucrânia, isso representaria uma escalada significativa do apoio da Coreia do Norte à guerra ilegal da Rússia", afirmou a mesma fonte, segundo a France Press.
À Europa Press, a porta-voz da NATO acrescentou que esse cenário seria um sinal das "perdas significativas" da Rússia na linha da frente do conflito.
A organização vai agora consultar os aliados e o Conselho Atlântico, órgão dirigente da NATO, deverá receber informações da Coreia do Sul e debater este passo no conflito na Ucrânia.
Nos últimos dias, a NATO tem evitado confirmar informações dos serviços secretos da Ucrânia e da Coreia do Sul que indicam o apoio de Pyongyang a Moscovo através do envio de um contingente de milhares de militares que estariam a ser preparados para integrar o exército russo na Ucrânia.
Também o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, anunciou hoje haver provas do envio de tropas norte-coreanas para a Rússia, enquanto o líder dos serviços secretos da Coreia do Sul avançou que 3.000 soldados norte-coreanos estão a receber formação sobre drones e outros equipamentos antes de serem enviados para a Ucrânia.
"O que estão a fazer exatamente? Ainda não se sabe. São coisas que temos de esclarecer", afirmou o responsável, em declarações aos jornalistas durante uma visita a Roma.
Num vídeo publicado pelo Washington Post, Austin considerou ainda que se os militares se juntarem à guerra na Ucrânia do lado da Rússia será "uma questão muito, muito séria" e que haverá impactos na Europa e na região do Indo-Pacífico.
Os serviços secretos sul-coreanos divulgaram pela primeira vez informações de que a marinha russa tinha levado para a Rússia, este mês, 1.500 soldados de guerra especiais norte-coreanos.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, tinha dito anteriormente que o seu governo tinha informações de que 10.000 soldados norte-coreanos estavam a ser preparados para se juntarem às forças invasoras russas.
Zelensky disse aos jornalistas na segunda-feira que o seu governo estava a "soar o alarme" sobre o envio de tropas da Coreia do Norte porque compreende o risco.
A Rússia e a Coreia do Norte negaram os movimentos de tropas.
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022.