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Netanyahu e Blinken querem aproveitar morte de líder do Hamas para libertar reféns

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Foto YAHYA ARHAB  

O primeiro-ministro israelita e o secretário de Estado norte-americano concordaram hoje que a eliminação do líder do Hamas poderá abrir caminho à libertação dos reféns na Faixa de Gaza, tendo também abordado a governação no território palestiniano no pós-guerra.

No encontro hoje dos dois dirigentes em Jerusalém, o chefe do Governo israelita, Benjamin Netanyahu, defendeu que a eliminação de Yahya Sinouar, na passada quarta-feira na Faixa de Gaza, "poderia ter um efeito positivo no regresso dos reféns" ainda em posse do grupo islamita palestiniano, segundo um comunicado do gabinete do líder israelita.

Do mesmo modo, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, descreveu que o chefe da diplomacia de Washington, Antony Blinken, também exprimiu "a necessidade de se tirar partido do sucesso da operação israelita" contra Sinouar, para alcançar "a libertação de todos os reféns e por fim ao conflito em Gaza".

Na reunião entre Netanyahu e Blinken, na sua 11.ª deslocação ao Médio Oriente desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro do ano passado, o secretário de Estado norte-americano pediu "medidas adicionais" para permitir que a ajuda humanitária chegue aos civis "de uma ponta à outra" do território palestiniano devastado pelo conflito, de acordo com Miller.

Ainda sobre o enclave palestiniano, "as duas partes discutiram o tipo de governo em Gaza no rescaldo da guerra", referiu o gabinete de Netanyahu, sem mais detalhes.

"As partes discutiram a questão do quadro de governação para Gaza no dia seguinte à guerra", refere apenas o comunicado, quando várias vozes, incluindo a do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, defendem a construção de colonatos no enclave e o incentivo da emigração palestiniana.

Desde o início dos ataques a Gaza que Washington tem instado o Governo israelita a desenvolver um plano para o fim da guerra, alertando que, de contrário, a situação no enclave poderá agravar-se muito.

Os dois dirigentes ?abordaram também o Líbano, onde as forças israelitas mantêm uma ofensiva por terra e por ar contra o grupo xiita Hezbollah, aliado do Irão, que já provocou mais de mil mortos em menos de um mês.

"O secretário reafirmou o compromisso inabalável dos Estados Unidos com a segurança de Israel", disse o porta-voz da diplomacia norte-americana em comunicado.

Netanyahu, por sua vez, agradeceu o apoio nos Estados Unidos "na luta contra o eixo do mal e do terrorismo do Irão", que apoia o Hamas e o Hezbollah.

Segundo o gabinete do primeiro-ministro israelita, Blinken ficou "chocado" com o ataque à residência privada de Netanyahu em Cesareia, no centro de Israel, que no passado sábado foi atingida por um drone do Hezbollah.

Uma imagem publicada hoje pela imprensa israelita mostra cinco janelas da casa danificadas pela explosão, que não perfurou o vidro aparentemente reforçado da casa.

A viagem do chefe da diplomacia norte-americana decorre até sexta-feira, mas o Departamento de Estado ainda não detalhou os países que vai visitar além de Israel.

Esta é a sua 11.ª visita à região desde o ataque do Hamas, em 07 de outubro de 2023, que matou cerca 1.200 pessoas em solo israelita, de onde outras 251 foram levadas como reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou acima de 42 mil mortes, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas.

A guerra alastrou-se entretanto ao Líbano, onde Israel trava um conflito há mais de um ano com o Hezbollah, que se intensificou nas últimas semanas.

É a primeira vez que Blinken viaja para Israel desde a eliminação de Yahya Sinouar, tido como o mentor dos ataques de 07 de outubro e representante máximo da linha radical do grupo armado palestiniano.

Com a morte do líder do Hamas, Washington afirma que foi removido o maior obstáculo que impedia um acordo entre as partes e acredita que se abriu uma oportunidade para acabar com a guerra na Faixa de Gaza.