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Madeira

CDU classifica política pública de habitação implementada pela IHM de "fraude"

"Programas deixam a grande maioria das famílias que precisam de apoio fora dos critérios", refere Ricardo Lume

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A CDU Madeira acusou esta terça-feira, 22 de Outubro, o Governo Regional e as autarquias da Região de implementarem políticas que "só beneficia os que lucram com a especulação imobiliária e as actividades conexas, gerando falsas expectativas a quem precisa de apoio para ver garantido o seu direito a habitação". 

Em nota emitida, a estrutura política explica que realizou hoje uma acção de contacto com a população de São Martinho, uma ocasião para o dirigente da CDU, Ricardo Lume constatar que "cada vez é mais difícil para quem vive do seu trabalho ou da sua reforma dar resposta às suas necessidades habitacionais".

"Os preços dos imóveis estão apenas acessíveis para estrangeiros endinheirados e no mercado de arrendamento os preços são intoleráveis", afirmou. 

Ricardo Lume classificou a política pública de habitação de ser uma “fraude”, justificando que o Governo Regional, através da Investimentos Habitacionais da Madeira, "criou programas que se dizem de apoio à habitação, mas que deixam a grande maioria das famílias que precisam de apoio fora dos critérios". 

"Na prática, são publicidade enganosa, um pouco como acontece nas tele-vendas, quando é anunciado parece que vai dar resposta às necessidades, quando contactamos com o produto percebemos a sua inoperacionalidade", apontou o dirigente da CDU. 

Através do relatório de contas de 2023 da IHM é possível constatar o fracasso da política pública de habitação. Existem mais de 5 mil famílias que solicitaram apoio para a habitação, em 2023 apenas 66 famílias foram integradas no programa de habitação social, e menos de 10% das famílias que solicitaram apoio para habitação tiveram ajuda para o arrendamento. Ricardo Lume 

A CDU dá o exemplo do Programa Renda Reduzida, em que o Governo Regional anunciou a atribuição das habitações este ano: "Faltam pouco mais de 2 meses para o fim do ano e ainda nenhuma casa foi atribuída, assim como não é possível a inscrição para o programa desde 15 de Outubro de 2023". 

Estamos num tempo em que o Governo Regional e as Autarquias da Região entregam verbas do PRR de forma a engordar os lucros das empresas de construção civil, e desenvolve uma política pública de habitação que só beneficia os que lucram com a especulação imobiliária e actividades conexas e que gera falsas expectativas a quem precisa de apoio para ver garantido o seu direito a habitação. Ricardo Lume