Governo cubano confirma novo 'apagão' em menos de três dias
O Ministério da Energia e Minas de Cuba confirmou hoje a terceira interrupção total do Sistema Elétrico Nacional em menos de três dias.
"Há poucos minutos aconteceu outra paragem do Sistema Elétrico Nacional. Os trabalhos para o restaurar começaram de imediato", lê-se na conta oficial nas redes sociais do Ministério, citado pela agência EFE.
A primeira paragem total do sistema aconteceu na sexta-feira de manhã e deixou Cuba num apagão total do qual só começa a sair hoje, mais de 48 horas depois, e de forma limitada e gradual.
No sábado de manhã registou-se a segunda paragem total do sistema.
Anteriormente a esta terceira interrupção, o ministro da Energia e Minas, Vicente de la Levy, tinha dito que esperava que o Sistema Nacional de Energia volte até terça-feira ao estado em que se encontrava na sexta-feira.
Em conferência de imprensa, o ministro disse que o executivo estima que a maioria dos consumidores volte a ter eletricidade "amanhã, segunda-feira" e que "o último cliente poderá estar a receber energia na terça-feira".
Os problemas de produção de energia insuficiente que o país sofre há meses, no entanto, continuarão, admitiu o governante, problemas esses que se agravaram nas últimas seis semanas devido às quebras nas centrais obsoletas de fabrico soviético e ao défice de combustível, como resultado da falta de moeda estrangeira para importá-lo.
Vicente de la Levy reconheceu que a situação no sistema elétrico é "muito tensa" e que a falta de eletricidade deixou "a maioria dos cubanos" também sem água nas suas casas, já que os motores que a bombeiam usam eletricidade.
Soma-se a isso a proximidade do furacão Oscar, que deve atingir a costa da ilha esta noite, nas províncias de Guantánamo e Holguín (extremo leste), segundo informações do Instituto de Meteorologia (Insmet).
As autoridades decretaram um alerta de ciclone para a região.
Os apagões de energia são comuns há anos em Cuba, mas a situação piorou nas últimas semanas, tendo havido dias com taxas máximas de impacto superiores a 50%, ou seja, momentos em que metade do país esteve simultaneamente sem energia.
Os frequentes apagões prejudicam a economia cubana -- que em 2023 contraiu 1,9% e ainda está abaixo dos níveis de 2019, segundo dados oficiais -- e impulsionam o descontentamento social.