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Varsóvia e Kiev dão passo para resolver diferendo histórico

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Foto MSZ

Polónia e Ucrânia deram mais um passo para a resolução de um litígio histórico que provocou um novo aumento das tensões entre os dois vizinhos e corre o risco de atrasar a integração de Kiev na União Europeia (UE).

As autoridades ucranianas anunciaram na terça-feira que estavam disponíveis a permitirem exumações de vítimas dos "massacres de Volyn", uma tragédia que remonta à década de 1940, quando dezenas de milhares de civis polacos foram assassinados por nacionalistas ucranianos.

Varsóvia, que qualifica esta tragédia como um genocídio, saudou hoje esta decisão, um dia depois da primeira visita a este país do novo chefe da diplomacia ucraniana, que tinha em agenda abordar este assunto 'espinhoso'.

"Esta é uma boa informação e um passo na direção certa", destacou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros polaco, Pawel Wronski, à agência de notícias PAP, em reação à decisão ucraniana.

O Instituto Ucraniano de Memória Nacional, uma estrutura estatal, anunciou na terça-feira que pretende autorizar trabalhos de investigação para as vítimas desta tragédia na região de Rivne (oeste) em 2025, um passo necessário antes das exumações.

Segundo relatos dos meios de comunicação social, estes trabalhos estavam suspensos desde 2017, durante um novo episódio de tensão entre dois vizinhos.

O Governo polaco estima o número de civis mortos entre 1943 e 1945 nas regiões ucranianas de Rivne e Volyn em 100.000 polacos e 5.000 ucranianos.

As estimativas oficiais ucranianas apontam para 40.000 polacos e até 20.000 ucranianos massacrados.

Nos últimos meses, vários altos responsáveis polacos afirmaram que a Ucrânia não pode aderir à UE até que esta disputa histórica seja resolvida, uma posição que gerou descontentamento entre os ucranianos.

Enfrentando durante dois anos e meio a invasão russa que fez dezenas de milhares de mortos e devastou regiões inteiras, a Ucrânia espera aderir à UE no âmbito de um procedimento acelerado.

As autoridades ucranianas temem que Varsóvia, um forte aliado da Ucrânia face à invasão, utilize a disputa histórica como alavanca contra o seu vizinho durante a sua presidência rotativa da UE, que começa em janeiro.