Antecipação de objectivos leva Turismo de Portugal a definir estratégia até 2035
O Turismo de Portugal (TP) estima atingir este ano as receitas previstas para 2027, de 27 mil milhões de euros, estando já a trabalhar numa nova estratégia para 2035, disse à Lusa o seu presidente, Carlos Abade.
"Neste momento temos o plano estratégico que foi aprovado em 2017", destacou, indicando que "vigoraria até 2027", mas grande parte dos objetivos que estavam definidos estão praticamente atingidos.
"Por exemplo, a nível de receitas do turismo, um dos grandes objetivos a atingir na Estratégia 2027 era chegarmos a 27 mil milhões de euros em 2027", sendo que "mantendo-se aquele que é o crescimento em 2024 face a 2023, do ponto de vista de receitas do turismo, já com os números fechados a agosto" o que se verifica "é que provavelmente" serão superados "os 27 mil milhões de euros de receitas do turismo já em 2024", indicou.
Ainda que não querendo antecipar os detalhes da nova estratégia, o presidente do TP disse que irá abranger "temas como o envolvimento do turismo e as comunidades locais" ou como "a perceção do turismo pelas comunidades".
Além disso, o "tema da sustentabilidade, o "tema da tecnologia" e o impacto que tem no setor, o "tema do emprego" e da "valorização dos profissionais do setor", incluindo do ponto de vista remuneratório, assim como "a perceção dos mercados face a Portugal e como é que Portugal se deve posicionar face àquilo que é neste momento, a dinâmica e a tendência dos mercados internacionais" estarão também abrangidos.
A entidade dá na quinta-feira, em Lisboa, início a um ciclo de conferências onde irá debater a questão.
O presidente do TP deu ainda conta de que o mercado nacional continua a ser dos mais expressivos para o setor, contando 30% para o total.
"O que nós temos visto ao longo dos anos é uma capacidade do setor do turismo em Portugal de conseguir chegar a mercados de cada vez maior valor acrescentado", destacou ainda, falando da diversificação para mercados como o México, Austrália e Coreia do Sul.
Questionado sobre a questão do turismo em excesso, Carlos Abade rejeitou que exista, apontando a necessidade de uma melhor gestão.
"Primeiro não existe um excesso de turismo, existe sim uma necessidade crescente de fazermos uma gestão cada vez mais inteligente das nossas cidades e dos nossos territórios", destacou.
"O turismo deve desenvolver-se em todo o território ao longo de todo o ano. Devem ser criadas condições para que os fluxos turísticos prossigam por todo o território de uma forma fluida, sem que haja pressões, porque na verdade não existe excesso de turismo", assegurou.
"O turismo, aquilo que se tem revelado ao longo dos anos, é que tem sido particularmente bom para as pessoas, porque tem sido um setor criador de emprego, criador de riqueza", rematou.