Braço armado do Hamas reivindica atentado em estação de eléctrico de Telavive
O braço armado do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), as Brigadas Ezzedin al-Qassam, reivindicou o atentado de terça-feira numa estação de elétrico no bairro de Jaffa, no sul de Telavive, que fez sete mortos e muitos feridos.
"Enquanto a ocupação [de Israel] continuar a exterminar o nosso povo e as nossas crianças em Gaza, habituar-se-á a ver os seus mortos nas ruas das nossas cidades ocupadas", declarou o braço armado do Hamas num comunicado difundido pelo jornal Filistin, conotado com a milícia.
Muhamad Khalaf Saher Regev e Hassan Muhamad Hassan Tamimi, de cerca de 20 anos e residentes na cidade de Hebron, na Cisjordânia, eram membros da milícia palestiniana e foram "neutralizados" pelas forças policiais israelitas após o tiroteio.
O comandante da polícia do distrito de Telavive, Haim Sergof, disse na terça-feira que os dois atacantes entraram no comboio, onde abriram fogo sobre os passageiros e, em seguida, saíram da carruagem e continuaram a disparar sobre transeuntes na rua.
O ministro da Segurança Nacional israelita, Itamar Ben Gvir, confirmou hoje que Lev Kreitman, sobrevivente ao massacre perpetrado pela milícia num festival de música durante o ataque de 07 de outubro de 2023, conseguiu abater um dos autores.
Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.205 pessoas, na maioria civis, incluindo reféns em cativeiro.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Hamas fez também nesse dia 251 reféns, 97 dos quais continuam em cativeiro, 33 dos quais entretanto declarados mortos pelo Exército israelita.
A guerra, que hoje entrou no 362.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 41.680 mortos (quase 2% da população) e de 96.600 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
Cerca de 90% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza viram-se obrigados a deslocar-se, muitos deles várias vezes, ao longo de quase um ano de guerra, encontrando-se em acampamentos apinhados ao longo da costa, praticamente sem acesso a bens de primeira necessidade, como água potável e cuidados de saúde.
O sobrepovoado e pobre enclave palestiniano está mergulhado numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.