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Madeira

CDU denuncia aumento da "repressão" e "exploração laboral" na hotelaria

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O PCP veio, hoje, a público denunciar a realidade laboral no sector da hotelaria e similares, que segundo o partido "mais parece a escravatura dos tempos modernos".

Na sequência de uma acção de contacto com os trabalhadores, esta manhã, na zona do Lido, Ricardo Lume evidenciou que numa altura que, segundo os empresários da hotelaria e o Governo Regional, "estamos a viver os melhores anos de sempre no sector", seria de esperar que "as condições laborais de quem trabalha no sector estivessem a melhorar, garantindo estabilidade no vínculo com a entidade empregadora  e que existisse uma verdadeira valorização dos salários tendo em conta o aumento da produtividade".

"A realidade demonstra, apesar da propagandeada falta de mão-de-obra no sector, que a precariedade laboral continua a ser utilizada abusivamente", constatou o dirigente do PCP, para quem tal situação demonstra "uma enorme contradição".

"Por exemplo em pleno mês de Agosto de 2024, no mês em que o sector cresceu mais de 4% relativamente ao ano passado, 190 trabalhadores do sector da hotelaria e similares  engrossaram os números do desemprego por verem chegar ao fim o seu vínculo de trabalho, ou seja, são mais de 28% das novas inscrições no Instituto de Emprego. No total são mais de 1.110 trabalhadores do sector que estão oficialmente desempregados", ilustrou Ricardo Lume.

"Se efectivamente há falta de trabalhadores no sector, ou se as entidades patronais não querem pagar o justo valor a quem trabalha e promover a instabilidade laboral?", questiona o dirigente comunista.

Para o PCP "não é aceitável que não exista uma verdadeira valorização dos trabalhadores, das suas remunerações e a garantia de estabilidade laboral, quando o sector está em franco crescimento".

Ricardo Lume alega ainda que, "ao longo desta jornada de contacto com os trabalhadores", o partido tomou conceito de que há administrações de unidades hoteleiras "que coagiram os seus funcionários a assinar o Banco de Horas e em contrapartida teriam um bónus no salário, mas após a assinatura do acordo, informaram que a quem exercesse os seus direitos em matéria de saúde, por motivos de doença, ou até mesmo acidentes de trabalho, assim como direitos de parentalidade, era-lhes retirado a referida bonificação salarial, numa clara repressão a direitos dos trabalhadores".

Ricardo Lume apontou ainda que "há unidades hoteleiras  que fazem negócio com os seus trabalhadores, cobrando pelo estacionamento das suas viaturas na garagem do hotel, sem sequer passar recibo sobre a receita cobrada".

"Esta realidade não é uma inevitabilidade. Os trabalhadores do sector não estão condenados à precariedade laboral, aos baixos salários e à repressão dos seus direitos", concluiu.