Representante da República defende a profissionalização das Forças Armadas
Ireneu Barreto quer atrair mais jovens para a vida militar propondo uma carreira até ao fim da vida profissional
Aumento da despesa em Defesa terá sempre oposição política, admitiu Ireneu Barreto no aniversário do RG3
O Representante da República, Ireneu Barreto, defendeu esta manhã, durante a cerimónia de comemoração do 31.º aniversário do Regimento de Guarnição N.º 3 do Exército, a profissionalização das Forças Armadas e o reforço do investimento em meios e equipamentos militares mais sofisticados, embora admitindo que o aumento da despesa em Defesa terá oposição política.
Lembrando a dimensão do arquipélago da Madeira, inserido na vasta Zona Económica Exclusiva, que resulta uma “assinalável riqueza natural, de recursos e de biodiversidade, à qual se soma um património porventura mais valioso, que são as suas gentes e a sua cultura”, Ireneu Barreto disse que a “defesa desta capital – material e imaterial – só é possível com o empenho das Forças Armadas e, muito particularmente, com a dedicação dos militares” do RG3.
O Representante da República deixou um agradecimento especial aos militares nas “situações de maior dificuldade e aflição” das populações, sendo disso exemplo, o apoio prestado no combate aos incêndios de Agosto. Contudo, o “braço protector” do RG3 merece mais do que reconhecimento. “O esforço que a nossa comunidade reclama das suas Forças Armadas tem de ser correspondido com os meios que colocamos à sua disposição”, vincou.
Ireneu Barreto defendeu “que se deve privilegiar a profissionalização das nossas Forças Armadas”, reconhecendo que, apesar dos progressos que têm sido feitos, o processo leva tempo e “não pode ser solucionada num ápice”.
"Mas convenhamos igualmente que há opções de vida, desde logo a opção por uma vida castrense, que muito dificilmente se podem fazer a prazo, ao abrigo de um contrato cujo termo fica estabelecido no momento da assinatura" Ireneu Barreto
Entende que uma das formas de atrair mais jovens para a vida militar seria dar-lhes estabilidade, propondo uma carreira até ao fim da vida profissional. “Aliás, isto parece-me ser mesmo uma exigência que deriva do cada vez mais sofisticado equipamento à disposição dos nossos militares”, acrescentou.
O Representante do Estado na Região espera que resultem frutos do objectivo do Governo em passar dos actuais 1,48% do PIB em despesa na área da Defesa, em 2023, para 2% em 2029, mas reconhece que o caminho não é fácil.
"Pode parecer um objectivo fácil de alcançar, mas sabemos bem que as pressões sobre o Orçamento do Estado relacionadas com a necessidade de concretizar as mais variadas políticas públicas far-se-ão inevitavelmente sentir” Ireneu Barreto
Considerando que mais do que falar em despesa, devemos falar em investimento nas Forças Armadas, Ireneu Barreto deixou um apelo à indústria e às empresas para que sejam parceiros decisivos neste esforço que trará consequências favoráveis ao desenvolvimento do nosso País”.
Destacou as necessidades de modernizar as instalações, os equipamentos, o fardamento e o armamento, até porque “infelizmente vivemos num Mundo com crescentes desafios à nossa defesa colectiva, no qual demasiados conflitos se encontram activos”, lembrando a guerra na Ucrânia, que leva já mais de dois anos e meio ou o conflito no Médio Oriente.
“No seio das suas alianças, desde logo pela sua pertença à NATO, cabe ainda a Portugal participar nos esforços de construção e manutenção da Paz”, recordou Ireneu Barreto, louvando as forças aprontadas no RG3, algumas das quais, destacadas em “diversos cenários internacionais nos quatro cantos do Mundo”.
Após a cerimónia militar, segue-se uma demonstração de capacidades no Batalhão de Infantaria, no RG3, que contou com a presença do comandante das Forças Terrestres, tenente-general Rui Ferreira.