Uma Chamada de atenção à Responsabilidade na Política Regional
É como simples cidadão que paga os seus impostos e que procura, dentro das suas possibilidades, contribuir para que a autonomia da Região Autónoma da madeira seja exercida na sua plenitude, que faço uma chamada de atenção.
A Autonomia da Região Autónoma da Madeira é um tema que, como um fio condutor, entrelaça a política regional com a identidade do povo madeirense. Mais do que um mero conceito, esta autonomia deveria ser uma responsabilidade partilhada entre os líderes regionais e a população. A capacidade de equilibrar os interesses da população madeirense com as exigências do governo central não pode ser apenas um exercício de astúcia; deve ser, antes de tudo, um compromisso genuíno com o bem comum.
Nos últimos anos, temos assistido a uma estagnação na renovação política. Os líderes que prometem defender valores fundamentais, como a honestidade e a integridade têm-se afastado destas promessas. É triste perceber que o serviço público, na sua essência, tem sido transformado num palco de autopromoção. A política madeirense, tal como em qualquer democracia, deveria exigir figuras que consigam gerir os seus egos e que evitem que o narcisismo guie as suas decisões.
A humildade é uma virtude que deveria estar no cerne da liderança. Os governantes precisam ouvir a população e agir em seu nome, não em prol de uma imagem construída para conquistar aplausos ou alimentar ambições pessoais. Quando o ego prevalece sobre o interesse público, a desconfiança instala-se entre os eleitores, minando a confiança na política regional.
A pergunta que se impõe é: temos visto esses líderes que representam verdadeiramente a Região Autónoma? Infelizmente, parece que não. O que temos é um governante muitas vezes mais preocupado com a sua própria imagem do que com os reais interesses da população. A autonomia, tão cara aos madeirenses, tem sido comprometida em favor de ganhos individuais, enquanto o progresso coletivo é relegado a segundo plano. O “inimigo” da autonomia madeirense (“o nosso inimigo é “Lisboa” …) tão balado noutros tempos, não pode continuar a ser uma arma de arremesso que em nada beneficia a nossa autonomia.
Se não podemos continuar com os de fora temos de nos virar para dentro. Neste cenário, a oposição política deveria desempenhar um papel crucial, garantindo um equilíbrio no poder. Contudo, o que temos observado são partidos que, se as eleições fossem hoje, poderiam facilmente ascender ao governo, mas que têm se mostrado reativos, sem apresentar uma visão proativa para a região. A crítica vazia, recheada de populismo, não contribui para o debate e apenas perpetua a desilusão dos cidadãos.
A oposição precisa ir além do discurso fácil e apresentar alternativas que realmente façam a diferença.
A responsabilidade de construir uma Região Autónoma melhor não deve recair apenas sobre os ombros do governo. A oposição deve ser uma força motriz, propondo soluções e desafiando o status quo. Apenas assim poderemos enriquecer o debate político e fortalecer a democracia na nossa região.
A autonomia não deve ser apenas uma ferramenta política, mas um pilar para fomentar a iniciativa individual e o empreendedorismo. A nossa região deveria ter um governo que fomentasse um ambiente propício ao investimento privado e à liberdade económica, ao invés de sobrecarregar os cidadãos com regulamentações excessivas. O Estado deve ser um facilitador, não um entrave; deve promover a educação, a inovação e o desenvolvimento sustentável, capacitando os madeirenses a serem protagonistas da sua própria história.
A autonomia da Madeira é um valor inestimável, mas é a responsabilidade e a integridade dos seus líderes que farão a diferença.
É tempo de exigir mais. Afinal, a política não deve ser um espetáculo, mas um compromisso sério com o futuro da nossa terra. Tenho dito!
José Augusto de Sousa Martins