A chaminé do Hinton

Não vamos falar aqui da importância que teve para a Madeira a velhinha e conhecida Fábrica do Torreão, onde e como nasceu e também como acabou, do tempo que esteve desativada e muito menos das razões justas ou injustas, legais ou ilegais da posse administrativa das suas instalações, por parte do Governo Regional.

Nada disso interessa para aqui, são contas de outro rosário.

O importante aqui referir é que ali foi criado um agradável espaço verde, onde adultos e, sobretudo, crianças, aproveitam para a pratica dos mais diversos divertimentos, passatempos que, em muitos casos, em seus apartamentos ou nas suas casas não lhes é possível concretizar.

Muito menos conviver com outras crianças e beneficiar dos vários utensílios de diversão ali existentes.

Para além disso dispõe de um agradável snack-bar com uma esplanada coberta e ao ar livre que, quer no tempo de calor como de frio, é imensamente visitada, servida por um pequeno número de bons profissionais que se esforçam no sentido de conferirem aquele espaço comercial um ambiente quase familiar.

Contudo, “como não há bela sem senão” não podemos conceber que fosse feito um chão para uma esplanada com um tipo de material como ali foi colocado ou do género de como aquele foi feito.

Um chão que faz de “mealheiro” caso o cliente tenha o azar de uma moeda lhe escapar da mão ou do porta-moedas, e de “ratoeira, onde uma senhora, por exemplo, de sapatos de tacão alto poder tropeçar ou cair, se alguma vez já não aconteceu.

É algo que tem de ser visto por quem arrenda aquele espaço, Câmara Municipal ou Governo Regional, já que não nos parece ser da responsabilidade do arrendatário.

Aliás, qualquer pessoa – mesmo leiga na matéria - percebe que aquilo não pode ser um tipo de chão para um estabelecimento comercial, independentemente do ramo, muito menos de comes e bebes, onde a queda ocasional de migalhas de bolos, pão, ou outra coisa qualquer, ali se infiltram, sem que haja possibilidades de limpar.

Bom, mas o mais grave que aqui nos trouxe foi a antiga chaminé que lá está do conhecido Engenho do Hinton.

Há uns meses atrás deparamo-nos com uma fita isoladora a separar umas mesas e cadeiras da gigantesca chaminé devido à presumível queda de alguns mosaicos.

Como hoje na parte sul da referida chaminé notamos a existência de uma série de mosaicos a pedir reparação que, por si só, pode não constituir grande perigo, mas o que verdadeiramente nos preocupa e deve preocupar todos aqueles que frequentam, não só a esplanada como todo o jardim, é o estado físico, a robustez e segurança de toda aquela enorme estrutura.

A queda daquele “monstro” seria catastrófica e as suas consequências muito mais graves do que as verificadas pela queda das arvores naquela triste manhã de agosto que levou o luto, a dor e o sofrimento a várias famílias madeirenses.

Seria de toda a conveniência que as pessoas entendidas na matéria - mas só as entendidas – viessem publicamente esclarecer o estado da chaminé para tranquilidade das centenas de pessoas de todas as idades que frequentam não só a explanada como o jardim na sua plenitude.

Não esqueçamos que, aquela estrutura viveu horas a fio no meio de um calor abrasador aquando o pavoroso incêndio que ali se verificou, algumas décadas atrás.

Certamente houve reparação, aquando as obras do jardim, resta saber se foi de validade temporária ou eterna.

Juvenal Pereira