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Biden anuncia a Zelensky 425 milhões de dólares de ajuda militar

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Foto Getty Images

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou hoje, numa chamada telefónica ao homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, uma nova ajuda militar de Washington a Kiev avaliada em 425 milhões de dólares e incluindo "capacidades de defesa antiaérea adicionais".

"Para responder às necessidades urgentes da Ucrânia" na sua guerra contra a Rússia, os Estados Unidos vão fornecer à Ucrânia, nos próximos meses, "centenas de intercetores de defesa antiaérea, dezenas de sistemas táticos de defesa antiaérea [e] sistemas de artilharia adicionais", indicou a Casa Branca num comunicado.

No âmbito do pacote de ajuda militar de 425 milhões de dólares (391 milhões de euros), Washington fornecerá igualmente a Kiev "quantidades significativas de munições, centenas de veículos blindados de transporte de tropas e veículos de combate de infantaria e milhares de veículos blindados adicionais", acrescenta-se na nota de imprensa.

Segundo a Casa Branca, Biden falou com Zelensky dos "seus esforços para aumentar a ajuda militar à Ucrânia até ao final do seu mandato", em janeiro de 2025, ao passo que o Presidente ucraniano informou o homólogo norte-americano dos últimos desenvolvimentos do "seu plano para alcançar a vitória contra a Rússia", hoje anunciado.

Na rede social X (antigo Twitter), Zelensky disse ter falado com Biden e ter-lhe agradecido o novo pacote de ajuda, que inclui "armas de longo alcance".

"Estou grato ao Presidente Biden, aos dois partidos do Congresso e ao povo norte-americano pelos 425 milhões de dólares em ajuda à defesa hoje anunciados", escreveu o chefe de Estado ucraniano, que deverá discursar numa cimeira da União Europeia na quinta-feira.

Desde o início da guerra, em 2022, os Estados Unidos aprovaram cerca de 175 mil milhões de dólares (161 mil milhões de euros) em ajuda financeira ou militar à Ucrânia.

Joe Biden estará na Alemanha a partir de sexta-feira para uma das suas últimas viagens como Presidente dos Estados Unidos, durante a qual será discutida a situação na Ucrânia.

A Biden e ao chanceler alemão, Olaf Scholz, poderão juntar-se o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, segundo informações veiculadas pela imprensa.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

No terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.