DNOTICIAS.PT
Madeira

Economia regional continua a desacelerar, embora ainda no 'verde'

Foto Shutterstock
Foto Shutterstock

O Indicador Regional de Actividade Económica (IRAE) para Julho de 2024 indica que "a actividade económica regional manteve a trajectória positiva de crescimento, embora a um ritmo inferior ao registado no mês anterior", realça a Direcção Regional de Estatística da Madeira.

Sendo que o objectivo da divulgação do IRAE é "sinalizar o comportamento da actividade económica, nomeadamente no que se refere à sua direção e magnitude das flutuações: se esta se encontra em terreno positivo ou negativo, as acelerações, desacelerações e a identificação de pontos de viragem", fica, pelo menos até Julho, um arrefecimento da economia regional, apesar do contrapeso que têm dado alguns indicadores com forte pendor.

Diz ainda a DREM que "o seu valor quantitativo, assume por isso uma importância secundária, não se apresentando o mesmo como um substituto da variação real do Produto Interno Bruto, a ser apurada com um conjunto mais variado e completo de informação estatística, muito embora haja uma forte correlação entre as duas variáveis", esclarece. Ou seja, o IRAE até pode estar em regressão, aproximando-se perigosamente da recessão, mas isso não implica que o PIB regional vá ser influenciado.

A verdade é que a média móvel a três meses, que situa o IRAE em 0,6% em Julho, nunca esteve tão perto da estagnação desde o retomar da economia regional no pós-pandemia, tanto é que com este resultado, o IRAE atingiu o 40.º mês consecutivo no 'verde'.

Análise da situação económica da RAM em 7 tópicos

"A DREM apresenta a seguir uma análise concisa dos principais indicadores de curto prazo, divididos em temas, chamando-se à atenção que muitas das variações mencionadas estão em médias móveis de três meses, uma técnica comum nos boletins de conjuntura, para suavizar as irregularidades e mostrar a tendência", informa e resume alguma informação que vem divulgando.

Actividade Económica

"Como mencionado anteriormente, a atividade económica regional, em julho de 2024, manteve a trajetória positiva de crescimento, embora a um ritmo inferior ao registado no mês anterior.

O desempenho do setor de turismo contribuiu para o crescimento económico, uma vez que as dormidas (excluindo o alojamento local abaixo de 10 camas) aumentaram 3,5%, em julho de 2024 (3,1% em junho anterior). De notar ainda que os proveitos totais no alojamento turístico observaram um incremento de 16,5%, superior ao do mês precedente (15,6%).

A emissão de energia elétrica, um indicador normalmente associado à evolução da atividade económica, cresceu 1,6%, em julho de 2024 (1,4% no mês anterior). A introdução no consumo de gasóleo cresceu 0,2%, abaixo dos 0,7% verificados em junho último.

Analisando a relação entre as sociedades constituídas e dissolvidas, verifica-se que, em julho de 2024, foram criadas 2,7 novas sociedades por cada sociedade dissolvida na Região, uma proporção superior à registada no mês anterior (2,4)."

Indicadores Qualitativos

"Os indicadores de confiança disponíveis, para julho de 2024, em comparação com o mês anterior, mostram um aumento nos setores da construção e obras públicas, serviços e do comércio e uma muito ligeira diminuição no setor da indústria transformadora."

Consumo Privado

"Um dos indicadores que reflete a evolução do consumo privado é o volume de operações na rede SIBS com cartões emitidos por bancos nacionais. Analisando o total de levantamentos em caixas multibanco e as compras realizadas com cartões nacionais em terminais de pagamento automático, verificou-se um crescimento de 6,4%, em julho de 2024, ligeiramente abaixo dos 6,7% registados no mês anterior. O consumo de gasolina acelerou ligeiramente, registando um aumento de 12,0%, em julho de 2024, face aos 11,8% de junho do mesmo ano. Por outro lado, as aquisições de automóveis ligeiros de passageiros por residentes aumentaram 2,0%, após uma queda de 2,7% no mês anterior. O saldo dos empréstimos ao consumo concedidos a famílias e instituições sem fins lucrativos ao serviço das famílias diminuiu 12,9%, em julho de 2024, após uma quebra de 13,4% no mês anterior."

Investimento

"No que respeita ao investimento, os indicadores de julho de 2024 dividem-se em dois grupos: os que registam um sinal positivo, como a avaliação bancária de habitação, que cresceu 17,1% (face aos 17,2% do mês anterior), e o saldo dos empréstimos concedidos às famílias para habitação, que aumentou 0,6% (comparado com 0,1% em junho anterior). Por outro lado, há indicadores em queda, como as vendas de automóveis ligeiros de mercadorias, que caíram 40,2% (-36,5% no mês precedente), o saldo dos empréstimos concedidos a sociedades não financeiras, que recuou 7,0% (-6,7% em junho de 2024), o licenciamento de edifícios, com uma diminuição de 13,7% (-5,6% no mês anterior), e a comercialização de cimento, que registou uma contração de 3,2%, após um aumento de 16,8% em junho de 2024."

Procura Externa

"Embora o comércio com o estrangeiro represente apenas uma pequena parcela do comércio global realizado pela Região (a maior parte do qual é com o Continente), é importante assinalar que as exportações cresceram (10,0%; 10,3% em junho anterior), enquanto as importações de bens caíram (-5,1%; 6,1% no mês anterior). O movimento de mercadorias nos portos (-1,8%; -6,8% no mês anterior), que é um indicador mais abrangente em relação à dinâmica do comércio externo, decresceu face ao mês anterior. Já noutros indicadores, em julho de 2024, observa-se que a aceleração no movimento de passageiros nos aeroportos (6,5%; 6,0% em junho último) está em linha com a evolução do total de levantamentos em caixas multibanco e compras por meio de terminais de pagamento automático com cartões internacionais (19,7%; 17,7% no mês precedente)."

Mercado de Trabalho

"Os dados provenientes dos organismos que tutelam a área do Emprego no País e na Região mostram que, em julho de 2024, houve uma redução nas ofertas de emprego (-24,9%) e um aumento tanto nos pedidos de emprego (10,9%), como no número de desempregados inscritos ao longo do mês (10,6%)."

Preços

"Em julho de 2024, a taxa de inflação homóloga, que se fixou em 3,9%, acelerou face ao mês anterior (3,5%), sendo menor nos Bens (2,4%) e maior nos Serviços (5,8%). A inflação subjacente (que exclui os produtos alimentares não transformados e energéticos) foi de 4,2%, acima dos 3,9% registados em junho precedente."