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‘Retrato[s] de Família’ para ver no Museu de Fotografia da Madeira

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Foi hoje inaugurada, no Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s, a exposição ‘Retrato[s] de Família’, uma mostra da autoria do colectivo ciberliterário d1g1t0 (Diogo Marques e João Santa Cruz) e curadoria de Ana Salgueiro e Inês Cardoso.

Trata-se de um conjunto que “combina elementos de realidade aumentada, literatura combinatória e generativa, bem como tecnologia de animação facial baseada em Inteligência Artificial, a par duma componente de arte participativa desenvolvida junto da comunidade funchalense”. 

Um dos objectivos desta exposição “passa por recriar uma série de biografias fictícias de várias gerações de famílias funchalenses, bem como retratos imaginados/imaginários, a partir de vários retratos de família utilizados por António Aragão na sua instalação de 1980, ‘Poesia Urro’, hoje parte do espólio do MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira, e originariamente provenientes do Atelier Vicente's”, podemos ler na apresentação da mesma. A obra ‘Um buraco na boca’ foi outra das componentes tidas em conta nesta trabalho.

Na cerimónia de abertura desta exposição, Inês Cardoso fez questão de notar o “retomar” da “dimensão satírica e paródica que existia na obra de António Aragão”, reforçando a aposta da “ligação à comunidade”, aspecto que foi reforçado por Ana Salgueiro.

A co-curadora da mostra notou as várias questões levantadas por António Aragão em relação ao conceito de família e ao retrato em si, temáticas bastante relevantes na actualidade. A também investigadora focou atenções nos vários ateliers desenvolvidos junto de diferentes comunidades que trabalham regularmente com a Porta 33, os ateliers de desenho do projecto ‘Dias mais claros’ (Catarina Vera), entre outros grupos de alunos do secundário ligados à Escola Secundária Francisco Franco.  

Um dos autores, Diogo Marques, aproveitou a ocasião para falar de afectos, para apontar, também, a temática dos retratos de família e da essência do trabalho desenvolvido a partir das obras de António Aragão e a experimentação entre literatura e computadores. Resume parte desse trabalho a “entender aquilo que significa um poema, um romance, neste caso experimental, de António Aragão, com recurso a uma tecnologia”, numa interdisciplinaridade marcante.

Já Eduardo Jesus aproveitou a ocasião da destacar a figura de António Aragão, recordando a sua irreverência exclusiva, afirmada no ano em que a Região evocou esse grande nome da cultura regional, que chamou mesmo "engenheiro da cultura". 

“Aragão não se esgotou no trabalho que fez, Aragão não se esgotou na invocação que foi feita, mas cada vez que ele é lembrado, ele abre uma nova porta e inaugura um novo caminho que pode ser vivenciado e explorado na criação artística”, sustentou o secretário regional de Economia, Turismo e Cultura, fazendo a ponte com a mostra inaugurada.

Esta exposição recebeu uma Bolsa de Criação Artística, apoiada pela Câmara Municipal do Funchal.