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Relâmpagos

Teria de ser em festa, reflexão e liberdade, festejar o 32.º aniversário da Constituição da República de Cabo Verde, pilar que segura e assegura a II República Cabo-verdiana. Teria de ser debate aberto, de todos saídos da Caverna de Platão, sobre o constitucionalismo que, ainda a este tempo, nos permite fruir o pacto social da Nação e do Estado. Permitindo-nos, em plena liberdade, insubmissa alma poética...

Apesar do “inferno à solta” pelo mundo e dos inferninhos sociais, com avanços e recuos entre nós, não deixa de ser um bálsamo que a nossa República possa garantir os fundamentais da dignidade para a pessoa humana e reconheça inviolabilidade aos direitos do Homem, ora nossa essência.

A CRCV foi uma enorme conquista da cidadania coletiva, parte feliz do formidável percurso da nossa Nação soberana. Assim, paradoxal que a Lei Magna seja açambarcada por alguns “GoodFellas”, usando-a como látego para fustigar a cidadania alargada, plural e diversa, que, felizmente, nela encontra abrigo. Quem nos protegerá dos “donos disto tudo”? Quem guardará tais guardas?

Ideias anacrónicas, intenções odientas e escritos surrados, veiculados, não têm feito a melhor defesa e a devida promoção da CRCV, que é, sim, marco matricial da nossa Democracia, adotado em 1992, consolidando a viragem histórica em prol do Estado de Direito.

Saúdo, em Poesia, a premissa de a Pessoa, no seu existencialismo, ser um valor anterior e posterior ao Estado e à própria Constituição! A subjetividade complexa e refinada da Pessoa, sendo Cidadã, será sempre a esperança de que ainda (como amiúde tem sido) muita água passará sob a ponte do tempo presente e dos tempos históricos vindouros.