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Von der Leyen insta Balcãs Ocidentais a ficarem "do lado certo da História"

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Foto EPA

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, instou hoje os países dos Balcãs Ocidentais que aspiram a aderir à União Europeia (UE) a permanecerem do "lado certo da História" numa altura de crescente influência russa.

Falando em Berlim, durante uma cimeira destinada a fomentar laços mais estreitos na região e a prepará-la para uma eventual adesão ao bloco comunitário, Ursula von der Leyen admitiu que houve um longo período durante o qual o alargamento da UE esteve de facto congelado.

Mas "isso mudou completamente nos últimos anos", afirmou, argumentando que a guerra russa na Ucrânia, lançada em fevereiro de 2022, trouxe "clareza".

"Temos de escolher estar do lado certo da História e do lado do Direito Internacional", defendeu.

Nos últimos 20 anos, Bruxelas abriu a perspetiva de adesão a seis países dos Balcãs Ocidentais: Albânia, Bósnia-Herzegovina, Kosovo, Macedónia do Norte, Montenegro e Sérvia, mas nenhum deles aderiu entretanto à família europeia.

Von der Leyen falava ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz, à margem desta cimeira organizada no âmbito do "Processo de Berlim", criado em 2014 para promover a cooperação entre estes países.

Com exceção da Albânia, todos faziam parte da antiga Jugoslávia, que se desmembrou em 1991, mergulhando a região em anos de conflitos étnicos e deslocações em massa.

A UE avisou recentemente a Sérvia de que a manutenção dos seus laços historicamente fortes com Moscovo "não era compatível" com a sua aspiração de aderir à União, depois de um alto funcionário do governo se ter encontrado com o Presidente russo, Vladimir Putin.

A Sérvia é quase totalmente dependente de Moscovo para o seu abastecimento de gás e não adotou quaisquer sanções desde fevereiro de 2022, apesar de ter condenado a invasão da Ucrânia pela Rússia.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que "é mais do que tempo" para estes países fazerem progressos no sentido da adesão à UE, apelando à Sérvia e ao Kosovo, em particular, para que mantenham os seus compromissos para resolver o seu litígio.

As tensões aumentaram recentemente no norte do Kosovo, antiga província sérvia que se autoproclamou independente, e que é predominantemente povoado por sérvios, devido às tentativas do governo central de desmantelar instituições paralelas na região.

Durante a cimeira de hoje, os líderes dos seis Estados dos Balcãs Ocidentais saudaram o desbloqueio do Acordo de Comércio Livre da Europa Central (CEFTA), depois de o Kosovo ter reaberto permanentemente um ponto de passagem fronteiriço para os produtos sérvios, mas foram avisados de que ainda precisam de resolver alguns problemas antes de poderem finalmente integrar, um dia, o bloco europeu.

"É evidente que estes Estados só poderão aderir à UE se trabalharem em conjunto. A iniciativa regional em prol das relações de boa vizinhança, tomada hoje pelos seis Estados dos Balcãs Ocidentais, reveste-se de uma importância acrescida", declarou Scholz.

Na cimeira participaram, além de Scholz e da líder da Comissão Europeia, os primeiros-ministros dos países dos Balcãs Ocidentais, mas também os de nações parceiras como a Bulgária, a Croácia e a Eslováquia, e a Hungria como país observador.

Os dirigentes assinaram um novo plano de ação para o Mercado Regional Comum até 2028.