MNE português considera inaceitável que militares da ONU sejam "alvos intencionais" de Israel
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, considerou hoje inaceitável que militares das Nações Unidas "possam ser alvos intencionais" do exército israelita e que há uma "forte condenação" da União Europeia (UE) nesse sentido.
No final de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, Paulo Rangel deplorou que os militares da missão da Organização das Nações Unidas (ONU) no Líbano "possam ser alvos intencionais" da incursão israelita naquele território: "Isto é inaceitável e merece uma forte condenação", defendeu.
"É uma questão que põe em causa a segurança da população libanesa e da Força Interina das Nações Unidas No Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês) no Líbano", sustentou Paulo Rangel.
"Há claramente uma condenação da maioria dos Estados-membros, eu diria mesmo muito forte, em relação à hostilidade para com o secretário-geral [da ONU, António Guterres], suscita a maior censura, discordância, por parte da União Europeia", completou o ministro.
Durante o fim de semana, Israel atacou uma base dos capacetes azuis que estão em missão no sul do Líbano e exigiu a António Guterres a retirada deste contingente para não ser apanhado no que Telavive alega ser uma incursão para debelar as capacidades militares do Hezbollah, grupo miliciano apoiado por Teerão.
A exigência partiu do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, mas António Guterres não tem poder de decisão sobre os contingentes dos capacetes azuis: essa decisão cabe ao Conselho de Segurança da ONU.
Israel invadiu o território libanês e, à semelhança do que aconteceu na Faixa de Gaza, a incursão está a ser criticada pela maneira desproporcional como Telavive tenta justificar a operação militar, bombardeando áreas residenciais, o que levou a críticas sobre violações da lei humanitária internacional.
O ataque a uma base dos capacetes azuis, alertou a ONU, constituiu um crime de guerra e uma violação do direito internacional.