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Hoje as pistas de gelo são construídas em qualquer parte,
mesmo em locais quentes e tropicais.
Explicador Madeira

Como se fazem as pistas de patinagem?

O Funchal volta a receber uma pista de gelo. Conheça o segredo por detrás desta diversão

É conhecido o sucesso dos destinos de neve e das estâncias de desportos de Inverno, obrigatórios para algumas famílias, um luxo a que deixa a maior parte da população de fora. Numa região como a Madeira onde a neve é pouca e raramente cai, a alternativa próxima, em termos de diversão poderá passar por patinar numa pista de gelo montada para este fim, como acontecerá novamente este ano no Funchal. Mas o que são estas pistas e como funcionam?

Primeiro importa explicar que há pistas de gelo real e pistas de gelo artificial. As primeiras são de água gelada, são garantidas por um sistema de refrigeração e as segundas criadas com recurso a placas de polietileno de alta densidade ou outro material plástico deslizante que imita o gelo. Estas sintéticas funcionam sem refrigeração e que dependo do tempo de utilização são consideradas uma alternativa mais económica e ecológica.

O segredo de uma boa pista de gelo artificial são materiais de baixo atrito. São geralmente feitas de placas de polímeros especiais, como polietileno de ultra-alto peso molecular (UHMWPE) e montadas juntas para criar uma superfície contínua. A superfície é tratada com lubrificantes específicos para melhorar o deslizamento, mas exigem um pouco mais de esforço para patinar.

Estas pistas exigem menos manutenção do que as de gelo convencional. A par do investimento inicia, exigem limpeza e aplicação de lubrificantes de forma regular, a longo-prazo acabam por ser mais baratas, pois não requerem eletricidade para refrigeração, enquanto as pistas de gelo real têm custos contínuos de energia. São geralmente a escolha de eleição para locais com climas quentes e para instalações permanentes.

Já as pistas de gelo convencional são feitas de água congelada que se mantém no estado sólido por meio de sistemas de refrigeração. O processo de construção divide-se em três etapas principais: a produção do gelo, a manutenção do gelo e o recapeamento da superfície da pista (para tirar arranhões e sulcos gerados pelos patins) sempre que necessário.

As pistas são construídas sobre uma estrutura plana que pode ser amovível ou não, mas com capacidade para suportar o peso do gelo e dos patinadores. Esta superfície leva um isolante para evitar que o calor do solo ou do ambiente interfira no processo de congelamento.

Sobre a camada isolante é instalada uma rede de tubos em forma de serpentinas que asseguram a circulação uma solução de glicol ou água refrigerada com a ajuda de um sistema eléctrico de refrigeração. Este sistema remove o calor da água na superfície, o que permite a formação do gelo quando a água é aplicada.

Geralmente a água é deitada gradualmente em camadas finas sobre a rede de tubos até que o gelo comece a se formar, isto garante gelo uniforme e liso. Geralmente, são necessárias várias camadas de água para criar uma espessura de 7cm a 10 cm, que é a adequada para a patinagem. Este processo leva dois a três dias, se o clima for mais quente podem ser mais. Dependerá sempre da temperatura ambiente.

Depois, a pista de gelo requer uma temperatura constante no solo para evitar que o gelo comece a derreter ou que por outro lado se torne excessivamente duro. Mas mais do que o sol, é o vento que promove o descongelamento. A temperatura ideal é de -7°C e -10°. A temperatura pode baixar, mas a -4, -2 a pista começa a ficar menos congelada.

Quando o gelo é danificado pode ser recuperado, com a colocação de água e com o recurso a máquinas que alisam e garantem a uniformidade. A manutenção de uma pista de gelo real passa por alisar e retirar as camadas desgastadas e também por aplicar novas camadas de água quando necessário.