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Madeira

Eleições na Académica da UMa geram críticas de oposição

Foto Arquivo/Aspress
Foto Arquivo/Aspress

A realização das eleições para a Associação Académica da Universidade da Madeira estão envoltas em polémica, com um grupo de estudantes a reclamarem terem-lhes sido dado pouco tempo, mais precisamente três dias , para formalizarem uma candidatura à actual situação. Ricardo Bonifácio, presidente da denominada 'Académica da Madeira', que se recandidata, recusa as alegações dos contestatários, frisando que foram cumpridos os estatutos.

O processo eleitoral irá culminar com a votação no dia 28 de Outubro, mas qualquer candidatura tinha até hoje, sábado, às 18 horas para apresentar toda a documentação dos candidatos aos três órgãos da associação, a saber: Assembleia-Geral, Direcção e Conselho Fiscal.

De acordo com os contestatários, que ficaram impossibilitados de concorrer, o calendário eleitoral foi publicado na quarta-feira passada, dando apenas 3 dias aos potenciais candidatos para formalizarem a candidatura. O presidente em exercício garante e recorda que as eleições decorrem, estatutariamente, de dois em dois anos, obrigatoriamente, em Outubro.

António Pires, que pretendia, juntamente com outros estudantes, formalizar uma candidatura concorrente, acusa a actual situação de ser uma dinastia, na qual as direcções vão se sucedendo, sendo escolhidos entre um grupo os membros. "São prazos pouco democráticos, sem responsabilidade cívica nenhuma", acusa. "Já há dois anos aconteceu o mesmo, uma candidata foi impedida de concorrer porque inventaram um artigo no início de Setembro em que quem fosse liderar tinha de ter pelo menos 7 meses de voluntariado na associação. Foi considerado ilegal, tanto é que perderam apoio da Direcção Regional da Juventude e que, mais tarde, os obrigou a retirar esse artigo dos estatutos.

António Pires lembra que estes actuais estatutos foram aprovados só agora, em Junho, há menos de 4 meses (aprovado em início de Maio e publicado a 18 de Junho). "Todos na associação sabem que há falta de democracia, e também na Universidade sabe-se o que se passa. Não é possível, não existe em lado algum uma situação em que os estatutos dão apenas 3 dias para se apresentar candidaturas. Depois de publicado o calendário eleitoral, reclamamos, apelamos na quarta-feira, na quinta-feira, na sexta-feira, mas não foi aceite um impugnação ou adiamento dos prazos", lamenta, reforçando ainda que mesmo dentro da actual direcção houve quem votasse contra o processo como foi conduzido.

Presidente refuta críticas

Ricardo Bonifácio que se candidata a novo mandato refuta quaisquer críticas e o argumento é claro: "O processo eleitoral ocorre sempre em Outubro. Ou seja, não há aqui nenhum problema, porque todos os candidatos à partida sabem que os estatutos da Associação Académica dizem que as eleições são em Outubro. Essa pessoa em questão, posso dizer, estava a criar uma lista comigo e sabe perfeitamente que as eleições são em Outubro, por obrigatoriedade dos estatutos, por isso aqui não há nenhuma tentativa de que não haja concorrência, porque não é isso que se trata."

 O dirigente estudantil acrescenta que, "na verdade, aquilo que nós sempre falámos é que é desejávamos uma participação significativa , activa e cívica dos estudantes". Por isso, quando insistimos se três dias não seria pouco para uma formalização de candidaturas, reforçou: "Não, porque em Setembro já tínhamos criado uma notícia para toda a comunidade a informar que o processo eleitoral iria começar em Outubro. Ou seja, havia tempo mais do que suficiente para candidaturas opostas poderem se apresentar e todos os candidatos que quisessem fazer uma lista para a associação têm total conhecimento através dos nossos estatutos que as eleições ocorrem em Outubro."

Questionado sobre a acusação do ocorrido no acto eleitoral de 2022, Ricardo Bonifácio diz que "isso é mentira", pois "na altura iria haver uma lista de oposição àquela que ganhou neste caso, só não entrou porque não tinha todos os aspectos formulados". Ou seja, não tem sido possível fazer essa participação mais democrática?, questionamos. "Não, é possível fazer essa participação. As pessoas têm que ter cuidado quando submetem as candidaturas e cumprirem os estatutos", atirou.

Para estas eleições, que aparentemente se apresenta apenas uma lista, são eleitores os mais de 4 mil associados da Académica da UMa.