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Israel celebra Yom Kippur pela primeira vez em guerra desde 1973

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Israel parou hoje ao anoitecer devido ao Yom Kippur, o dia do perdão e o feriado mais importante do calendário judaico, embora o pais permaneça em alerta máximo pelas guerras em que está envolvido em Gaza e no Líbano.

É a primeira vez que Israel está em estado de guerra ativa no Yom Kippur desde 1973, quando foi atacado no dia sagrado pelos exércitos do Egito e da Síria em resposta aos avanços militares na região pelas tropas hebraicas, num conflito que durou 20 dias.

"Em alguns momentos começará o jejum mais sagrado para os judeus. Por respeito àqueles que jejuam, não publicaremos nada, a menos que os nossos inimigos ataquem os nossos civis ou que eventos operacionais importantes ocorram durante este período", destacaram as Forças de Defesa de Israel (FDI), através da rede social X.

Perante a situação de segurança, as forças israelitas lembraram a população que pode acionar uma emissora silenciosa, que só transmitirá em caso de sirenes de alarme de 'rockets' em tempo real.

Como é habitual nesta data -- que varia todos os anos por ser regida pelo calendário lunar -- as estradas do país permanecerão vazias, uma vez que a utilização de veículos está restrita a emergências.

O espaço aéreo estará encerrado durante as 25 horas de Yom Kippur, assim como as transmissões de rádio e televisão em direto.

Poucos minutos antes do início formal do Yom Kippur em Israel - por volta das 16:00 (hora de Lisboa) - o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu publicou uma fotografia na sua conta no X, onde surge a rezar no Muro das Lamentações como felicitação aos judeus israelitas.

"Vamos oferecer uma oração pela segurança dos soldados das FDI e de outros membros das forças de segurança que montam guarda em terra, no ar e no mar, em defesa do Estado de Israel. Uma geração maravilhosa de heroínas e heróis dispostos a dar a vida perante qualquer inimigo que ameace a nossa existência. Rezaremos pelo regresso dos raptados, pela paz dos combatentes e continuaremos com a nossa sagrada missão: preservar a segurança de Israel e derrotar o inimigo", vincou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz.

Para os judeus, a comemoração solene do Yom Kippur consiste num dia de jejum, oração e introspeção para expiação dos pecados, além de não poderem utilizar aparelhos eletrónicos, tomar banho, usar água-de-colónia, sapatos de couro ou ter relações sexuais.

Antes do início do Yom Kipur, os judeus mais ortodoxos reuniram-se no Muro das Lamentações, na quinta-feira à noite, para realizar as tradicionais orações de expiação dos pecados antes deste dia sagrado.

O atual conflito na região começou no dia 07 de outubro do ano passado, quando cerca de mil combatentes do movimento islamita palestiniano Hamas atacaram inesperadamente o território israelita, matando quase 1.200 pessoas e fazendo mais de 250 reféns, dos quais quase 100 continuam detidos.

As investidas de Israel na Faixa de Gaza já mataram cerca de 41.500 pessoas e forçaram quase dois milhões de pessoas a fugir de casa, segundo as autoridade do enclave, controladas pelo Hamas.

Israel e o grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado fronteiriço há mais de um ano, paralelamente à guerra que acontece na Faixa de Gaza.

Nas últimas semanas, o exército israelita intensificou os seus bombardeamentos no país vizinho e lançou uma incursão terrestre que provocou mais de 2.100 mortos e 11.000 feridos no Líbano.