PAN pretende isenção de IVA nos produtos de higiene menstrual
O Pessoas-Animais-Natureza (PAN) Madeira, numa conferência de imprensa, que pretendeu assinalar o Dia Internacional da Rapariga, defende a isenção do IVA nos produtos de higiene menstrual.
Esta data foi instituída pelas Nações Unidas em 2011 e pretende trabalhar os 12 pontos da Plataforma de Acção de Pequim para os direitos das raparigas a vários níveis. "Atendendo que a pobreza menstrual é um problema e que se enquadra nestes 12 pontos na área da saúde, envolvendo a parte económica das famílias com gastos mensais na ordem dos 9€ o que prefaz 5 mil euros ao longo da vida na aquisição de produtos de higiene menstrual", diz o partido.
Em nota enviada, referiu ainda um Estudo da Universidade do Minho de 2020 que menciona que a pobreza menstrual afecta 17% das mulheres em Portugal, contudo, são poucos os dados existentes nestas matérias, tendo ficado na gaveta um projeto aprovado pelo Governo Central em 2016 de realizar um estudo sobre o impacto dos preços na vida das pessoas e de que forma afeta a saúde menstrual.
"Estas matérias têm sido amplamente discutidas pelo PAN nas suas várias estruturas espalhadas pelo País, tendo apresentado na AR em 2016 a proposta de redução do IVA para a taxa mínima, deixando assim de ser considerado um bem de luxo. Em 2023 apresentamos um projecto-piloto para a distribuição gratuita de pensos higiênicos nas escolas, universidades e estabelecimentos de saúde pública que foi este ano finalmente implementado pelo território Continental. O PAN pretende combater este flagelo e mais do que a distribuição gratuita em locais estratégicos, garantir a isenção total do IVA para aquisição deste produtos que são essenciais para o público feminino.", expressou porta-voz do PAN Madeira, Mónica Freitas.
É neste sentido e aproveitando a discussão do Orçamento do Estado para 2025 que o PAN Madeira em consonância com a estrutura nacional do partido submeteu na Assembleia Legislativa Regional uma proposta de lei à AR para isenção do IVA nestes produtos. "As estruturas estão unidas no sentido de dar voz ao sexo feminino, representado por mais de 50% da população portuguesa e garantir equidade no acesso a produtos essenciais como é o caso dos produtos de higiene menstrual. A nossa proposta é no sentido de pressionar o Governo a agir para políticas de saúde pública que farão a diferença na vida de milhares de raparigas pelo país", acrescentou Mónica Freitas.
À semelhança do que aconteceu a nível continental, o partido defende que deve haver um debate e sensibilização alargados em matérias de direitos e equidade no que diz respeito às mulheres na Região, não só quanto aos produtos de higiene menstrual mas também às licenças menstruais, em casos de doenças como a endometriose e adenomiose.
"Precisamos falar mais e sem qualquer estigma sobre a saúde menstrual e a saúde no feminino e proporcionar um debate sério em volta destas questões. Da mesma forma que durante anos se distribuiu e ainda se distribui preservativos de forma gratuita, é mais do que altura de facilitar o acesso também no que diz respeito aos produtos de higiene menstrual.", remata.