Maria Corina Machado nega estar a ponderar abandonar o país
A líder opositora venezuelana María Corina Machado negou hoje estar a ponderar abandonar a Venezuela, depois de nos últimos dias o Presidente Nicolás Maduro dizer que ela "tem as malas preparadas".
"Apesar das ameaças perpetradas durante os últimos dias, do regime, aqui quem se irá é Nicolás Maduro. Eu continuo com os venezuelanos", afirma em um comunicado de imprensa.
No documento, divulgado pelo seu partido, Vente Venezuela, María Corina Machado sublinha que "o regime está a tentar confundir e desanimar os opositores"
"O que o regime quer é colocar-me na defensiva. Aqui continuamos próximos do povo venezuelano. Apesar das circunstâncias o que vamos conseguir é que Edmundo González Urrutia será empossado no dia 10 de janeiro", afirma.
Por outro lado, explica que "para cobrar a vitória" das eleições presidenciais de 28 de julho, o primeiro passo é "elevar o custo" para Nicolás Maduro, para que "compreenda que a sua melhor opção é sentar-se e negociar uma transição democrática e ordenada".
María Corina Machado explica ainda que internacionalmente o mundo tem passado a olhar e a acompanhar os venezuelanos na luta pela liberdade.
"A Venezuela é a prioridade em matéria de segurança no hemisfério e nem os próprios aliados de [Nicolás] Maduro o têm reconhecido como presidente [reeleito]", explica.
Em 28 e 30 de setembro o Presidente Nicolás Maduro, comentou através da televisão estatal que a líder opositora Maria Corina Machado estava a ponderar abandonar a Venezuela.
"Está preparando o seu abandono da Venezuela, se é que já não se foi [embora]", disse.
A Venezuela realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Nicolás Maduro com pouco mais de 51% dos votos.
A oposição venezuelana contesta os dados oficiais e alega que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia [atualmente asilado na Espanha], obteve quase 70% dos votos.
Oposição e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente. Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.