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Incêndios Madeira

Audição parlamentar prossegue amanhã com a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil

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O apuramento da gestão política e dos meios de protecção civil no combate aos incêndios que devastaram mais de 5 mil hectares na Madeira prossegue amanhã, na Assembleia da República, com a audição do presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, o brigadeiro general Duarte da Costa.

A audição terá lugar no âmbito da 1.ª Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, pelas 11h30, e resulta de um requerimento apresentado pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista, que pretende ouvir vários especialistas, mas também governantes, para averiguar tudo o que se passou entre os dias 14 e 26 de Agosto, com o fogo a atingir quatro concelhos da ilha da Madeira.

Como adianta o deputado socialista Miguel Iglésias, a forma como o Governo Regional geriu desde o início o combate às chamas foi veementemente criticada e questionada, quer pela população, quer pelas entidades competentes em matéria de protecção civil e gestão do território e da floresta, razão pela qual é imperativo que sejam ouvidos os mais diversos agentes, não só para aferir o que se passou, como, principalmente, para prevenir que situações semelhantes venham  acontecer no futuro.

O parlamentar eleito pelo PS-Madeira à Assembleia da República aponta as contradições e a descoordenação detectadas nas comunicações dos vários elementos governativos com responsabilidade na área da protecção civil, em particular no que diz respeito à ajuda do exterior, que, em primeira instância, foi recusada pelo Governo Regional, o que poderá ter contribuído para que o combate inicial às chamas pudesse não ter sido o indicado.

Miguel Iglésias lembra, aliás, que, na audição ocorrida no passado dia 24 de Setembro, com a presença do o secretário-geral do Sindicato Nacional de Protecção Civil e do presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil, foi focado precisamente o facto de o ataque inicial ao incêndio não ter sido o adequado.

Por outro lado, o deputado socialista destaca o facto de ter sido o Governo da República a accionar o Mecanismo Europeu de Protecção Civil, que permitiu a disponibilização de dois aviões Canadair espanhóis, meios que foram decisivos para a extinção das chamas.

Perante tudo isto, além das audições já efectuadas e das que se realizarão amanhã, revela-se da maior pertinência ouvirmos ainda personalidades como a ministra da Administração Interna e diversas entidades técnicas, como a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, a Liga dos Bombeiros de Portugal e o Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais Miguel Iglésias, deputado do PS

O deputado salienta que estas iniciativas parlamentares fazem todo o sentido também no âmbito da Assembleia da República, órgão para o qual são eleitos deputados pela Madeira, com o objectivo de defender os interesses dos madeirenses acima de tudo, pelo que condena as críticas apontadas pelo PSD, apenas com o intuito de esconder as falhas do Governo Regional na gestão política dos meios de combate aos incêndios.