Três centenas de polícias em vigília no Funchal
Cerca de três centenas de elementos do Comando Regional da Polícia de Segurança Pública (PSP) juntaram-se, esta noite, em vigília na Praça do Município (Largo do Colégio), repetindo a atitude reivindicativa que esta força de segurança tem levado a cabo há alguns dias, em todo o País, e desde ontem também na Madeira, pedindo melhores salários e melhores condições de trabalho.
Ao DIÁRIO, Adelino Camacho destaca a mobilização dos polícias da Madeira por esta causa, num gesto que reflecte, na sua opinião, a "união" que reina nestas concentrações, de Norte a Sul do País, realçando que este protesto dos agentes da PSP está a aumentar em número, também, na Região.
O coordenador regional da ASPP/PSP–Madeira - Associação Sindical dos Profissionais da Polícia diz não compreender, nem aceitar, as medidas tomadas pelo Governo da República, nomeadamente em relação à atribuição do subsídio de risco/suplemento de missão apenas à Polícia Judiciária (PJ), deixando de fora outras forças de segurança, como a PSP ou a GNR.
"Estamos desiludidos", refere, recusando-se a aceitar a "ambiguidade da decisão", por não ser um processo justo. "Todos nós trabalhamos, no dia a dia, em prol da população e da sua segurança, num trabalho conjunto, correndo riscos semelhantes, por isso tinha de haver equidade numa medida como esta, e não houve", sustenta Adelino Camacho.
"Nós sentimos que há outras polícias que estão a ser mais beneficiadas do que nós", aponta, para acrescentar a falta de condições de trabalho que exigem para um desempenho adequado das suas funções. "Têm de olhar para nós com alguma atenção, pois considero que fazemos um trabalho exemplar e merecemos esse reconhecimento da parte do Governo da República", adianta.
Sem apontar uma data para o fim deste movimento inorgânico que surgiu dentro da PSP, Adelino Camacho nota que as concentrações não têm hora marcada, sendo convocadas pelo contacto pessoal entre colegas, por grupos nas redes sociais, notando que o mesmo tem vindo a alargar a outras forças de segurança, todos juntos para pôr fim ao que dizem ser um tratamento "desigual e discriminatório".
Estes protestos surgiram de forma espontânea e não foram organizados por qualquer sindicato, apesar de existir uma plataforma, composta por sete sindicatos da Polícia de Segurança Pública e quatro associações da Guarda Nacional Republicana, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.