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A Guerra Mundo

Bombardeamentos israelitas contribuíram para aumento de mortes por explosivos em 2023

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Os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza pesaram no aumento em 122% de civis mortos por armas explosivas em 2023, de acordo com um estudo da organização britânica Action on Armed Violence (AOAV) publicado hoje.

O estudo anual, que tem por base notícias em meios de comunicação de língua inglesa, contabilizou 46.500 vítimas em todo o mundo, das quais 33.846 (73%) civis, entre as quais 15.305 foram declarados mortas.

A estação pública britânica BBC, citando o estudo, referiu que 2023 registou o maior número de vítimas civis mortas ou feridas por explosivos em mais de uma década.

A operação militar de Israel na Faixa de Gaza, iniciada a 07 de outubro após um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano Hamas em território israelita, foi identificada uma das principais causas deste grande aumento, tendo a AOAV registado 12.551 vítimas civis, das quais 9.334 mortes, em resultado da ofensiva israelita no enclave palestiniano, 37% do total mundial em 2023. 

No geral, a organização britânica registou 12.950 vítimas civis em Gaza (9.334 mortos e 3.616 feridos) no ano passado, um aumento de 8.201% em relação às 156 vítimas civis observadas em 2022, embora os números oficiais sejam superiores. 

Segundo a AOAV, a comunicação social anglo-saxónica não relata com exatidão o número de vítimas causadas por incidentes com armas explosivas, "catalogando talvez apenas um terço das mortes reais de civis".

"O que podemos captar são padrões e tendências. A partir destes dados, é evidente que as armas lançadas pelo ar são responsáveis pela grande maioria da violência causada por explosivos em Gaza", destacou a organização.

O estudo identificou violência com armas explosivas em 64 países, com a Ucrânia, o Sudão, Myanmar (antiga Birmânia) e a Síria entre os mais afetados a seguir a Gaza, e 90% das pessoas feridas nos incidentes apurados foram civis. 

Israel e Rússia foram os países mais mortíferos, salientou a mesma fonte.

"Os nossos dados evidenciam uma tendência angustiante para o aumento dos danos causados a civis, sublinhando a necessidade de uma ação internacional para abordar as causas e consequências profundas deste tipo de violência", comentou o diretor-executivo da AOAV, Iain Overton, que faz campanha para reduzir o acesso e a utilização de armas que afetam a população em geral.