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Boa Noite

Um lapso, dois relvados e três congressos

Se com duas palavras apenas foi o que se ouviu, o que não será quando for preciso decorar o programa eleitoral?

Boa noite!

Passada que está a esfrega natalícia, sobra tempo para pensar nos sinais que brotam da actualidade. Com sons à mistura.

. Um lapso presidencial atraiçoou o slogan que a coligação de direita na Região vai usar na campanha para as Legislativas. Desde 22 de Dezembro que se sabe que ‘Madeira Primeiro’ é a marca que o PSD e CDS  registaram como lema de campanha. O cabeça-de-lista Pedro Coelho fez tamanha revelação no Debate da Semana da TSF.

Pedro Coelho Madeira Primeiro

Hoje Miguel Albuquerque baralhou-se e rebaptizou a coligação, optando por um ‘Primeiro a Madeira’, slogan outrora usado pelos socialistas locais.

Albuquerque Primeiro a Madeira

Se só com duas palavras é a confusão que se vê, o que não será  quando for preciso passar do papel para o improviso? O que lhes vale é que há alguém sempre pronto para emendar a mão, mesmo que o som fique para a história.

. Os dois relvados dos principais estádios da Madeira estão ao nível das equipas da casa. São de segunda. Uma vergonha merecedora de punição. Até porque há regras para cumprir. Uma má figura que tem motivado gozo nacional e que poderia ter sido evitada se, como acontece noutras paragens bem mais abonadas, houvesse um  campo comum para jogos oficiais, gerido por quem sabe de relva, exposição solar, drenagens e afins. Mas como o Funchal nada tem a aprender com Milão ou Roma, nem com as dinâmicas do Maracanã ou do Azteca exporta para o mundo uma imagem de decadência, mau grado o financiamento público.

.  No espaço de duas semanas há três congressos a ter em conta: dois do PS, sendo que o nacional já deu o que tinha a dar, e pelos vistos, bem menos do que prometia, enquanto se espera pela dimensão da estratégia regional, ou seja, a mais do previsível lista do PS-M às Legislativas, a exibir no palco do Centro Congressos da Madeira já este fim-de-semana. E depois há o dos jornalistas portugueses que bem precisam de palco para dizer umas verdades sobre ingerências diversas, matéria que abordaremos num outro ‘boa noite’. O que não pode acontecer são amargos de boca, como os que foram sentidos nos últimos dias para os lados da FIL. Como toda a gente sabe, os congressos padecem de um problema de difícil solução, drama que precisa de ser atendido. Se são muitos a falar, que nada dizem, perante os poucos que ouvem, urge então repensar a liturgia destas reuniões magnas inconsequentes.