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PAN diz que Pedro Nuno preferiu "prestar contas" do que apresentar visão para o país

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A porta-voz do PAN considerou hoje que o discurso do novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, no congresso do fim de semana ficou mais marcado por um "prestar de contas" do que uma visão para o país.

"O discurso de Pedro Nuno Santos ficou mais marcado por quase um prestar de contas do que propriamente uma visão de país, mas o PAN cá estará para trazer a sua visão de país, trazer a sua visão de bem-estar e qualidade de vida e até de esperança para as pessoas", afirmou Inês de Sousa Real.

Em declarações à agência Lusa, a deputada única do partido Pessoas-Animais-Natureza considerou que "o mantra do não deixar ninguém para trás, em particular num contexto de vulnerabilidade social", aumenta a necessidade de "governantes humanistas, governantes capazes de ter uma visão macro e uma visão de médio e longo prazo, e não apenas de curto prazo".

Inês de Sousa Real apontou que o novo líder do PS "tocou em alguns aspetos fundamentais", como a habitação, a TAP, ou a saúde oral, mas considerou que Pedro Nuno Santos deixou de fora do seu discurso "muitas outras preocupações".

"Não podemos falar apenas na TAP e esquecermo-nos da ferrovia quando é fundamental para o PAN que exista uma ligação a todas as capitais de distrito e que não se ande de forma despesista a apostar, por exemplo, em projetos como a alteração para o TGV, ao invés de estarmos aqui a falar no reaproveitamento e recuperação das linhas já existentes", defendeu.

 A deputada lamentou igualmente que as "matérias ambientais e de proteção animal tenham ficado praticamente de fora de todo o discurso de Pedro Nuno Santos" durante o 24.º Congresso do PS.

Inês de Sousa Real garantiu que o PAN continuará a defender estas causas, bem como a igualdade de género e das pessoas com orientações sexuais e identidades de género diversas (LGBTQIA+), ou ainda "contrapartidas para as empresas que têm boas práticas sociais e ambientais".

A porta-voz do PAN apelou ainda ao voto nas próximas eleições legislativas de 10 de março, por forma a que o partido consiga aumentar a representação na Assembleia da República: "Temos a certeza que com um grupo parlamentar vamos fazer muito mais pelas causas que estamos a representar, e é esse o apelo que deixamos aos portugueses, é que nos dêem mais força".

A deputada única criticou o "debatido vazio" e as "tricas políticas" e lamentou que PS e PSD não apresentem "uma ideia e uma visão de reforma para o país", contrapondo que o PAN é "uma força política diferenciadora" e "útil à democracia".

Questionada se está disponível para dialogar com o Pedro Nuno Santos caso o PS forme Governo, Inês de Sousa Real afirmou que "não compre ao PAN manifestar essa disponibilidade".

"A pergunta que se impõe é o que é que o PS de Pedro Nuno Santos está disponível para fazer pelas causas que o PAN representa e até onde é que está disponível para ir, para manter e garantir este diálogo", sustentou.

Sobre um possível acordo de governação, Sousa Real recusou especular, dizendo que "prognósticos só depois do dia 10 de março".

Assinalando a situação de incerteza nos órgãos de comunicação social do Global Media Group, Inês de Sousa Real pediu que "o chamado quarto poder esteja robustecido e que haja uma proteção dos jornalistas", uma vez que "a imprensa vive momentos muito difíceis nestes últimos tempos".

A porta-voz do PAN quis também comentar o facto de a associação Animalife ter recebido, no ano passado, mais de nove mil pedidos de ajuda de famílias carenciadas com animais.

Inês de Sousa Real aproveitou para destacar algumas das medidas que o partido viu aprovadas especialmente a isenção de IVA na compra de ração por parte de associações de proteção animal, bem como a isenção de impostos dos donativos oferecidos.