Coreia do Norte dispara mais de 60 projécteis e Seul adverte sobre aumento de tensão
A Coreia do Norte disparou hoje mais de 60 projéteis perto de uma ilha remota sul-coreana, anunciou o exército sul-coreano.
O incidente ocorreu um dia depois de Pyongyang ter disparado uma primeira salva, o que levou Seul a retaliar com exercícios de munições reais na região.
"As forças norte-coreanas dispararam hoje mais de 60 projéteis a partir da parte noroeste da ilha de Yeonpyeong", declarou o exército sul-coreano num comunicado citado pela agência francesa AFP.
Os disparos ocorreram entre as 16:00 e as 17:00 locais (07:00 e 08:00 em Lisboa), disse o exército sul-coreano.
Os projéteis caíram na zona de proteção marítima a norte da zona-tampão conhecida por Linha Limite Norte (NLL, na sigla em inglês) no Mar Ocidental, precisou a agência sul-coreana Yonhap, citando o exército.
A zona-tampão marítima nas áreas NLL dos mares Ocidental e Oriental foi criada para evitar conflitos comerciais marítimos, em conformidade com o Acordo Militar Inter-coreano de 19 de setembro, assinado em 2018.
A realização de fogo de artilharia e de treino de manobras no mar na zona-tampão marítima constitui uma violação do acordo militar, segundo a agência noticiosa sul-coreana.
O comando conjunto sul-coreano exortou Pyongyang a pôr imediatamente termo aos contínuos disparos de artilharia na zona de não-hostilidade, afirmando ser "um ato que ameaça a paz na Península da Coreia e aumenta as tensões".
"Se ameaçar o nosso povo com fogo de artilharia contínuo na zona de não-hostilidade, na sequência da reivindicação de uma revogação total do acordo militar de 19 de setembro, as nossas forças armadas tomarão igualmente medidas militares adequadas", acrescentou.
A Península da Coreia, no nordeste da Ásia, está dividida entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul desde a guerra que as duas partes travaram entre 1950 e 1953.
Pyongyang e Seul continuam tecnicamente em guerra, dado que nunca assinaram um acordo de paz, embora um armistício tenha permitido cessar os combates e criar uma zona desmilitarizada no paralelo 38 norte, que divide as duas Coreias.