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Memória de antigo presidente da Comissão Europeia ficará ligada à UE

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Foto EPA

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse hoje que a memória do político francês e antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors, que morreu em dezembro, "ficará sempre ligada" ao "destino" da União Europeia (UE).

"Jacques Delors foi um visionário, um pensador e um executor europeu. Um arquiteto do nosso projeto europeu. Reunimo-nos em todo o nosso continente para saudar a sua memória, que ficará para sempre ligada ao nosso destino europeu", escreveu Charles Michel numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

A publicação surge após Charles Michel ter participado esta manhã, em Paris, na cerimónia de homenagem do Estado francês ao político, realizada no Palácio dos Inválidos (Hôtel des Invalides, um dos monumentos mais prestigiados da cidade).

Também hoje, as bandeiras da UE estão a meia haste em frente ao Conselho em Bruxelas para honrar a memória de Jacques Delors.

Vários líderes europeus, incluindo o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, participaram hoje em Paris na homenagem da França ao político e antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors.

A cerimónia foi presidida pelo chefe de Estado francês, Emmanuel Macron.

O Estado francês pretendeu homenagear um "arquiteto da Europa unida" sem o qual a França seria "menos dona do seu destino", segundo a Presidência francesa.

A França convidou todos os chefes de Estado e de Governo da UE, bem como os presidentes das instituições comunitárias, atuais ou em exercício enquanto o social-democrata Jacques Delors esteve em Bruxelas de 1985 a 1995.

Marcelo Rebelo de Sousa esteve acompanhado pelo antecessor, Aníbal Cavaco Silva, que também "foi primeiro-ministro durante todo o período dos mandatos" de Delors, e por José Manuel Durão Barroso, que presidiu à Comissão Europeia (2004-2014).

Figura da construção do projeto europeu e considerado o "pai do euro", Jacques Delors foi presidente da Comissão Europeia entre 1985 e 1995, durante três mandatos, incluindo na adesão de Portugal à União Europeia (1986).

No seio da UE, ficou conhecido por ter aprovado o Ato Único Europeu, em 1986, que levou à criação do Mercado Único, o primeiro do género ao nível mundial, em 1993.

Foi protagonista na transformação da Comunidade Europeia em União Europeia, o que permitiu uma transição para a moeda única (o euro) e para uma maior cooperação ao nível da defesa.

Nome incontornável da esquerda francesa, foi ainda ministro francês das Finanças e eurodeputado.

Jacques Delors frustrou as esperanças desta ala partidária ao recusar apresentar-se às eleições presidenciais de 1995 em França. Na altura, era favorito nas sondagens.