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China pede contenção após disparos de projécteis norte-coreanos

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A China pediu hoje "calma e contenção a todas as partes", depois de a Coreia do Norte ter disparado mais de 200 projéteis perto da fronteira com o Sul.

Pequim espera que as partes "se abstenham de tomar medidas que agravem as tensões [e] evitem uma nova escalada", disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, em conferência de imprensa.

A Coreia do Norte lançou hoje manobras de artilharia com fogo real perto da fronteira marítima com o Sul, em violação de um acordo de 2018, levando Seul a preparar a realização de exercícios semelhantes.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul anunciou que o Norte disparou 200 tiros para águas a norte da fronteira marítima, a oeste da península, perto das ilhas de Yeonpyeong e Baengnyeong, e garantiu uma resposta, embora não tenha avançado pormenores.

Moradores da ilha de Yeonpyeong, situada junto à fronteira, disseram que os militares sul-coreanos pediram para deixarem as casas como "medida preventiva", porque pretendem lançar exercícios de tiro marítimo durante o dia.

Também foi pedido aos residentes de Baengnyeong que se retirassem, disseram as autoridades da ilha situada a cerca de 100 quilómetros de Yeonpyeong.

"Estamos a fazer anúncios de evacuação neste momento", disse um responsável de Baengnyeong, acrescentando que foi informado pelos militares sul-coreanos de que ia decorrer em breve um exercício naval.

O Ministério da Defesa sul-coreano descreveu as manobras do Norte como "um ato de provocação que ameaça a paz na península" e instou Pyongyang a "cessar imediatamente estas ações", de acordo com um comunicado.

A fronteira marítima entre as duas Coreias tem sido palco de várias batalhas desde 1999. O regime de Pyongyang disparou, em 2010, 170 tiros de artilharia contra a ilha de Yeonpyeong, matando quatro pessoas, incluindo dois civis.

Num acordo militar celebrado em 2018, Pyongyang e Seul prometeram não realizar exercícios de fogo real nem realizar atividades vigilância aérea em zonas de exclusão aérea e zonas tampão estabelecidas ao longo da fronteira comum.

No entanto, em 22 de novembro, a Coreia do Sul anunciou a suspensão parcial do acordo, depois de o Norte ter colocado em órbita o primeiro satélite militar espião. Um dia depois, Pyongyang suspendeu por completo o acordo.