Estado Islâmico incita a ataques terroristas contra aliados de Israel
O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) instou os seus seguidores a atacarem a Europa, Estados Unidos e "países dos ateus" aliados de Israel para vingar os muçulmanos da Palestina e de outros países do Médio Oriente.
"Que eles saibam que serão responsabilizados pelos seus crimes na Palestina, no Iraque, no Levante e no resto dos países muçulmanos nas ruas de Washington, Paris, Londres, Roma e nos países dos ateus", afirmou o porta-voz do EI, Abu Hazifa al Ansari, numa transmissão áudio nos canais do grupo terrorista.
Numa pouco habitual mensagem de mais de meia hora, o porta-voz pormenorizou que "o conflito" deve centrar-se nos aliados de Israel, incluindo países árabes que mantêm relações com aquele país, em vez do Estado judaico em si.
"No âmbito da nossa fé de que a guerra é com os judeus e os seus aliados em qualquer lado, o EI anuncia o envio de todos os seus combatentes, especialmente, e de todos os muçulmanos, em geral, em apoio aos vulneráveis", acrescentou Al Ansari, argumentando serem seu alvo "os judeus, cristãos e os seus aliados criminosos em qualquer lado debaixo do céu".
Para a vingança que defende, o EI instou à "diversificação dos planos e operações com explosivos, tiros, armas brancas e atropelamentos", assim como não distinguir entre "ateus civis e militares", porque os "exércitos judeus e cristãos bombardeiam os países muçulmanos sem diferenciar entre civis e militares".
As declarações do porta-voz do EI acontecem no mesmo dia em que o grupo terrorista reivindicou um duplo atentado suicida registado quarta-feira, na cidade iraniana de Kerman, que resultou em, pelo menos, 84 mortos e mais de 200 feridos.
O EI controlou vastas áreas do Iraque e da Síria entre 2014 e 2017 e 2019, respetivamente, até ser derrotado e perder grande parte das suas capacidades operacionais no terreno.
Porém, o grupo terrorista continua a lançar apelos para recrutar membros e a incitar os seus seguidores a atacar países em todo o mundo, incluindo os de maioria muçulmana e que foram dos mais atingidos pelos avanços do EI.